sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Londrina: obrigado e até logo

20 de setembro de 1993. Lembro-me como se fosse ontem a primeira vez que estive em Londrina. Como dia 21 é aniversário de Cambará, minha cidade natal, e cairia em uma sexta-feira, eu, a minha mãe e o meu primo, Anselmo, viemos passar uns dias na casa de minha tia, Cristina.
Eu tinha apenas dez anos, mas ao chegar a Londrina, fiquei maravilhado com a cidade e, daquele momento em diante, no meu subconsciente infantil, desejei morar ali.
Voltei para a minha terrinha, mas os meus pensamentos e desejos se fixaram na pequena Londres. Foi paixão à primeira vista e havia um sentimento dentro de mim, dizendo que naquele lugar eu seria feliz.

A vida continuou, retornei mais algumas vezes e sempre o fazia com alegria. E aquela vontade de habitar e andar por aquelas ruas, conhecer aquela gente, só aumentava. Foram oito anos de “namoro” para, em 2001, o sonho se realizar. Enfim, eu estava morando em Londrina, a cidade que me apaixonei quando criança. Lógico que doeu meu coração deixar minha Cambará, meus parentes e amigos, mas sabia que algo de bom estava por vir.

Porém, apesar de ter desejado a ida para Londrina, sofri para me habituar ao local. Eu nasci e cresci em uma cidade pequena (20 mil habitantes), descendente de famílias italianas de Venetos (Fritegotto e Manfrin), Lombardos (Guaita) e Sardos (Faedda), com uma educação católica rigorosa. Eu era a timidez em pessoa. Pode parecer exagero, mas até para atender ao telefone eu pensava três vezes. Não que eu seja o tagarela agora, mas melhorei bastante.

Na verdade, só depois de uns quatro meses morando na pequena Londres é que comecei a viver o meu novo lar. Entrei na Faculdade e posso dizer, sem medo de errar, que ali, logo no primeiro dia de aula, senti que não me enganei ao ouvir “aquela voz” que veio de algum lugar me dizendo que eu seria feliz.

Conheci pessoas maravilhosas, professores fantásticos e gente de bem, que me fizeram enxergar as coisas de outras maneiras.

Tudo isso me vem em um momento que sinto um grande nó na garganta – no de mudança. Enquanto colocava minhas coisas nas caixas, ontem, um filme me passou pela mente e os olhos se encheram de lágrimas várias vezes. Estou triste, sim, por ir embora, por deixar amigos, amigas e deixar Londrina. Mas feliz por ter vivido os seis anos e seis meses mais bem aproveitados de minha existência.

Adoraria nomear neste espaço todos aqueles que me foram e ainda serão importantes, pois carrego comigo um pouquinho de cada um, mas poderia cometer a injustiça de esquecer alguém.
Porém, não posso deixar de agradecer ao amigo, irmão, cidadão e, acima de tudo, ser humano abençoado, Junior César de Almeida.

Junior, meu amigo-irmão, a palavra ‘obrigado’ é pouco para traduzir todo sentimento de gratidão que tenho por você. Admiro-te e respeito como um irmão mais velho. Obrigado por tudo. Que Deus te abençoe sempre.

Obrigado, também, aos amigos, amigas, professores, colegas de trabalho, conhecidos e a você, querida Londrina, que já faz parte de minha história.

Não vou fazer deste texto um adeus. Prefiro um até logo, porque voltarei.

A partir de hoje, volto a postar textos em meu blog. Não quero copiar o Fábio “saga”, mas vou começar a escrever sobre a minha busca do reconhecimento da minha cidadania italiana. A minha primeira parada será Santa Catarina. Depois, de lá, embarco para a Itália.

Os meus documentos já estão prontos. Daqui uns dias, tentarei resumir o que se passou desde Julho, quando recomecei a mexer com os papéis.

Agradeço, desde já, aos que acompanharem este blog. Alertando que não quero fazer dele um lugar de busca de informações, pois há pessoas mais qualificadas do que eu para tratar do tema.
Só vou procurar trazer o que se passará comigo na “Vecchia Bota”.

Abbraccio a tutti.