sábado, 14 de julho de 2007

Pan, vaias e seleção

Vamos falar de coisas alegres: de festa, de samba, de Pan-americano, da gafe, claro, que entrara para a história e de futebol (seleção).

Mas como diria Jack, o estripador, vamos por parte.

Rapaz, pensei que só os vôos atrasassem nesse país. 30 minutos para começar a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-americanos. Tudo bem, acontece, vai lá.
As TVs de outros paises devem ter ficado contentíssimas: meia hora de uma transmissão via satélite não é nada barato.
Vou ser sincero: não assisti a toda festa de abertura, mas as partes que pude ver não ficaram devendo em nada a outras realizadas anteriormente.
Mas vem cá, sem bairrismo, nacionalismo e outras coisas do gênero: não há outro povo igual ao brasileiro para fazer festa, né?!
Belíssima festa e, como registrado aqui ontem, acabou em samba.
Aliás, só deu samba!

Gafe ou falta de comunicação?
Agora começa o diz-que-diz com respeito às vaias que o presidente Lula levou e o porquê do Nuzman proclamar abertos os Jogos Pan-americanos do Rio 2007 no lugar do chefe de Estado.

Li no Uol e em outros sítios – é, vamos evitar o estrangeirismo – que a assessoria da Presidência se precipitou e pediu ao presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, para que Lula não falasse. Mas se esqueceu de avisar o presidente da Odepa. Este, anunciou o nome do Excelentíssimo Senhor presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e causou um constrangimento muito grande. Isso está no Uol e é uma fala do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia.

Já no sítio da Gazeta Esportiva Net: O protocolo da cerimônia oficial dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro determinava que, logo após o pronunciamento do presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), Mário Vázquez Raña, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva seria o responsável por abrir oficialmente os jugos. Inclusive, as câmeras de TV mostraram o presidente pronto para falar com o seu discurso, ao lado de sua mulher e do governador do Rio, Sérgio Cabral. Mas, como a multidão começou a vaiar o presidente, coube a Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, anunciar. “Estão abertos oficialmente os Jogos Pan-americanos do Rio de 2007. Boa sorte a todos”.

Minha sincera opinião sobre o fato: uma falta de respeito TREMENDA!
Não votei no Lula, mas nem por isso achei correto vaiá-lo como acontecera.
Há outros lugares para cobrarmos deles (políticos) e mostrarmos que não estamos satisfeitos com o que acontece no Brasil.
Claro que respeito a manifestação, embora, volto a reiterar, não concorde.
Isso é a minha opinião.

E a seleção da CBF, hein?! Vocês já estão prontos para amanhã?
Olha só o que o Dunga disse ontem: “Pelo que a Argentina fez até aqui na competição ela é favorita”. Lógico que logo após essa afirmação ele ponderou, dizendo que o Brasil tem plenas condições de vencer e tal.
Mas que ele está com a pulga atrás da orelha, ah!, isso está!
E continua o mistério. Ele, Dunga, não sabe se escala o Fernando, o Diego ou, ainda, o Elano. Façam suas apostas.
Eu já fiz e aposto no Fernando.
Torçam para que eu esteja errado, porque quatro volantes no meio-campo vai ser o cúmulo!
Da-lhe ferrolho!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sonho, nostalgia e Pan

“Bem amigos da rede Globo, falamos ao vivo da Venezuela e já temos uma notícia importante sobre o time que inicia a partida de hoje. Não é isso, Mauro Naves? Isso mesmo, Galvão, Dunga surpreende e escala Diego no lugar do capitão, Gilberto Silva, suspenso pelo segundo cartão amarelo para enfrentar a Argentina”.
Eis que eu acordo do meu sonho.
Bem que poderia ser verdade. Verdade é que eu não acredito na vitória do Brasil frente aos argentinos. Mas gostaria de ver, sim, um time mais ofensivo com, pelo menos, um meia V-E-R-D-A-D-E-I-R-O de armação no meio-campo.
Não me venham dizer que o Júlio é um meia criativo.
Júlio Baptista, para mim, é volante! Ele faz gols e chega ao ataque porque é oportunista e já fora atacante no início de carreira.
Foi contratado pelo Arsenal como segundo volante.
Agora francamente não acredito que o Dunga será tão ousado. A substituição que ele fizera na última partida, colocando o Fernando, já sabendo que o Gilberto Silva não poderia atuar na final, foi para, digamos, estrear o “menino” na competição. E que estréia: levou um cartão amarelo com menos de dez minutos em campo e nas disputas de pênalti acertou trave.
Será um bom presságio isso?
Já estão preparando as vitrolas em Buenos Aires para tocar os bolachões com os tangos de Carlos Gardel.
O Brasil sem o capitão, Gilberto Silva, será o mesmo taticamente. Não tenho dúvidas.
Falar em capitão, vocês sabem como surgiu esse personagem no futebol?

Vamos voltar no tempo. Mais exatamente ao final do século XIX, quando os ingleses criavam e adequavam as regras para o esporte bretão.
Pois bem. Fazia pouco tempo que a figura do árbitro existia e quando este marcava alguma falta, o time inteiro vinha lhe queixar.
Convenhamos: não é muito diferente de hoje.
Para acabar com aquele fuzuê, os pensadores das regas do futebol, à época, decidiram que só um jogador poderia argumentar com o árbitro. Seria o reclamador oficial do time e para diferenciá-lo dos demais era obrigatório que usasse um bonezinho nos jogos importantes. E foi exatamente por causa desse bonezinho que surgiu a nomenclatura do capitão. É que boné, em inglês, é cap. E quando a escalação dos times ingleses apareceu na imprensa de outros paises, todos pensaram que cap era a abreviação de capitão e todos os times passaram a ter capitão que, logicamente, era o reclamador.
No mínimo curioso.

Mais uma para continuar com a nostalgia.
Há exatamente 77 anos saia o primeiro gol em Copas do Mundo, sabiam?
No dia 13 de julho de 1930, na vitória da França por 4 a 1 sobre o México, no Uruguai, Lucien Laurent abriu o placar da goleada e escreveu o seu nome na história do futebol mundial.

Voltando ao nosso tempo.
Os parabéns às meninas da seleção brasileira que começaram com o pé direito nos jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, com uma goleada por 4 a 0 sobre as uruguaias.
Hoje é a abertura oficial dos jogos e creio eu, sem precisar dos orixás, tarô e do Walter Mercado – por andará o ligue já? – que a festa de abertura vai terminar em samba.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Argentina, Sub-20 e Palmeiras

Pois é, e vem mesmo a Argentina outra vez!
Aquele sentimento de “déjà vu” volta a tomar conta. Mas pelo que vi ontem da seleção da Argentina contra o México, o final do filme pode ser bem diferente de 2004.
Aliás, eu não vou ficar em cima do muro, não! Com esse futebol-resultado que a seleção da CBF vem pregando, e com a Argentina, literalmente, voando dentro de campo, o Brasil vai dançar um tango bonito domingo.
Se o Dunga assistiu ao jogo de ontem, ele deve ter pensado: “acho que vou ter que colocar mais um volante no time, porque eles tocam muito rápido a bola no meio-campo. Vamos precisar de mais marcação”.
É que já tem poucos volantes...
Mas, sinceramente, analisando friamente – a rima foi proposital.
Peguemos o retrospecto das duas seleções e o futebol apresentado por elas. Alguém aí ousaria dizer que o Brasil jogou melhor que os argentinos? Acho que não.
Porém, se você acha que sim, tudo bem. Respeito a sua opinião.
Veremos domingo se o filme se repetirá.
Eu não acredito mais.

Falando em filme, lembrei-me do jornalista, escritor e dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues. Esse entendia de futebol. E muito!
Agora o homônimo dele, o atual técnico da seleção Sub-20, não. NÃO MESMO!
No jogo de hoje, contra a Espanha, válido pelas oitavas-de-final do mundial da categoria, Nelson Rodrigues, o técnico, conseguiu acabar com a seleção brasileira.
Corrijo em tempo: ele estragou a seleção durante a competição toda, com escalações e mudanças malucas, que só ele, e mais ninguém, entendia.
Ele pode até ter um curriculum muito bonito (16 competições disputadas, com 12 títulos e quatro vice-campeonatos), mas na hora que enfrentou seleções de verdade, não soube enxergar o jogo e solucionar os problemas durante as partidas.
E o tal negócio: no quadro negro, na preleção, é tudo lindo. Os X’s desenhados no quadro, que eram os adversários, dentro de campo se movimentaram e ele, mesmo assim, não percebeu. No papel, é sempre lindo. Maravilhoso. Mas na hora que o bola rola, meu amigo, a conversa é outra.
Campanha pífia. Ridícula.
Para dizer bem a verdade, nem merecia ter se classificado para as oitavas.

Para terminar.
Não entendi a negativa e a argumentação da CBF com relação ao pedido do Palmeiras que pretendia entrar em campo, no jogo contra o Grêmio, com o nome do atacante Alemão gravado nas camisas de todos os jogadores para homenageá-lo.
A justificativa foi: “de que a inscrição do nome poderia confundir os árbitros durante a partida no estádio Olímpico”.
Engraçado.
Até 1996, 97, não havia nome gravado nas camisas dos jogadores no Campeonato Brasileiro. Se me lembro bem, eles sempre foram identificados pelos números e eu nunca vi confusão por causa disso.
Vai entender...
De qualquer forma, o Palmeiras vai prestar alguma homenagem ao Alemão.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Parece que eu já vi esse filme

Eis-me aqui novamente.

Faz mais ou menos uma hora e meia que terminou o jogo entre Brasil e Uruguai pela semifinal da Copa América. E, de novo, assim como em 2004, deu Brasil. E, novamente, nos pênaltis: 5 a 4. Mas vou voltar um pouco no meu pensamento.
Antes de começar a partida, eu conversava com o meu pai a respeito da seleção e ele disse uma coisa para comprovar que o filme seria praticamente o mesmo de três anos atrás, quando a seleção também enfrentara o Uruguai e também vencera nas penalidades.

Comentou o meu bom pai: “o Dunga é discípulo do Parreira”.
Realmente, o Dunga deve ter aprendido muitas coisas sobre o futebol com o Parreira, já que foi o capitão do Brasil e era o homem de confiança do ex-técnico da seleção, na Copa de 1994.
Em 2004, fora Parreira quem comandara o escrete que derrotara os uruguaios, na Copa América. E agora foi a vez do “pequeno gafanhoto”, Dunga, repetir o feito. Mas tão bem repetido que chega parecer irônico! Coisas do futebol? Do destino? Não sei, talvez.
Quiçá quer o destino repetir o filme outra vez.

Mas o futebol apresentado pode ser divido em três tempos.
Primeira parte: até a queda de energia em uma das torres de iluminação, o Brasil jogava bem. Os jogadores estavam trocando de posição dentro de campo, envolvendo a defesa uruguaia. Tanto que o primeiro gol saiu de uma jogada muito bem trabalhada pelos jogadores Maicon, Júlio Baptista, Robinho, Vagner Love e Mineiro.

Veio o apagão.

Naquele momento, eu me lembrei de um jogo ocorrido aqui em Londrina, entre o Londrina Esporte Clube e o Galo Adap Maringá, pelo Campeonato Paranaense deste ano, onde acabou a energia no estádio. Antes da falta de luz, o Londrina vencia por 1 a 0. Reiniciada a partida, o LEC apagou dentro de campo e permitiu o empate da equipe maringaense.

Bom, treze minutos de paralisação no jogo da seleção contra o Uruguai.

A segunda parte recomeça e o arqueiro Doni começa trabalhar. Os uruguaios tentam uma, duas, três, quatro. Até que o “portiere della Roma”, em uma cobrança de escanteio, resolve sair para dar um murro na bola, enrosca-se com um defensor canarinho e a pelota sobre para Forlán guardá-la no fundo das redes. É o empate. Nem preciso dizer, mas já dizendo, que me recordei, de novo, do jogo entre Londrina e Galo Adap. Mas antes de terminar a segunda parte do primeiro tempo, o Brasil acha um gol em um lance de bola parada: 2 a 1. Aí desisti de vez de traçar um paralelo entre o jogo do LEC e do Galo, o jogo da seleção da CBF e do Uruguai e a queda de energia.

Terceira parte: o segundo tempo de jogo começa sem emoção alguma, continua sem qualidade, prossegue sem ousadia por parte dos jogadores da seleção e termina SEM MARCAÇÃO NO SEGUNDO PAU em cima do Abreu!
É, foi o gol de empate dos uruguaios.
Ali, já comecei a me preparar para os pênaltis, pois como disse meu pai: “o Dunga é discípulo do Parreira”.
O tempo vai passando e a partida persiste sem muita coisa.
E termina assim: sem mais nenhum gol: 2 a 2.

Nas penalidades, como já escrevi no início, o Brasil levou a melhor.
Mas se o filme parece ser o mesmo de 2004, só falta a Argentina ser a rival no domingo.
Se assim for, espero que o final seja o mesmo de três anos atrás.
Só que com um futebol de melhor qualidade, pelo amor de Deus!
Se bem que pedir isso ao “pequeno gafanhoto” é muito.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Dunga e seleção da CBF x futebol-arte

Voltei...

Estava cá eu lendo um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de 1995 do então graduando em Comunicação Social, Habilitação em Jornalismo, Luciano Victor Barros Maluly – hoje ele é doutor e professor na USP – a respeito da relação entre a arte e a força no futebol. Mais exatamente com o seguinte título: Relação arte e força no futebol: um conflito à brasileira na visão da crônica esportiva.
Fica aqui o meu agradecimento ao Profº. Drº. José de Arimathéia, que me cedeu gentilmente esse trabalho.

Ainda não terminei de lê-lo, mas não há como não ligar a relação, então bem descrita por Maluly em 1995, a atual Seleção da CBF. Sim, da CBF! Porque Seleção que entra pelas portas dos fundos de um hotel, para evitar os torcedores, que estão ali para receber os jogadores com admiração e carinho, não pode ser chamada de Seleção Brasileira e muito menos do povo! Nem culpo os jogadores por isso, porque eu quero crer (e espero não estar enganado) que eles receberam ordens para seguir esse roteiro.
Desculpe o desabafo, mas há certas atitudes dos cartolas que irritam.

Bom, mas retomando a linha de raciocínio.
A primeira fase da Copa América, que é disputada na Venezuela, foi um Deus nos acuda! Um futebolzinho que dava dor no coração e muito sono.
Ainda bem que o sofá estava confortável.
E tenho que admitir: a única Seleção que jogou algo semelhante ao que chamamos de futebol fora a Argentina. Sim, sim. O Brasil jogou bem contra o Chile, na vitória de 3 a 0. Mas só depois dos 20 minutos do segundo tempo. Antes, sem parafrasear o Galvão, mas já o fazendo, “Haja coração!”.

Mas e as quartas-de-final. Mata-mata. Viu como mudou?
4 a 1, 6 a 1, 6 a 0 e 4 a 0. Uma média de cinco gols por jogo!
O Brasil goleou e jogou bem, sim, é verdade. Mas cabe aqui uma pergunta. Aliás, duas: a seleção atuou bem por que os chilenos tomaram um gol no início e tiveram de sair para o jogo, deixando espaços para os brasileiros? Ou a real qualidade técnica dos jogadores da seleção da CBF se sobressaiu?
Prefiro acreditar na segunda hipótese.
Porém, mesmo assim, o digníssimo técnico, Dunga, ainda insiste com três volantes no escrete. Logicamente esses atletas sabem desempenhar as funções que lhes são impostas, mas é pena, porque vejo que a mentalidade do futebol-força, futebol-resultado, mesmo com atletas no banco de reservas de boa qualidade (Diego e Anderson), ainda persiste com alguns treinadores.
Que saudade do mestre Telê...

Logo mais, lá pelas 21h50, o Brasil enfrenta o Uruguai na primeira semifinal da competição. Tenho a convicção que não será um jogo fácil e não precisa ser nenhum vidente para prever isso. Mas eu quero deixar aqui um trecho que li no TCC do professor Maluly, onde ele cita Armando Nogueira, para que, quem sabe, os deuses do futebol permitam um pouco de arte na partida de hoje.

“Pois é, meninos, eu vi Pelé, Mané e Didi.
E com eles, aprendi que a bola é só um pretexto.
O que vale mesmo é o texto.
O que o artista elabora no campo, a cada gesto.
O que vale é só a arte.
Tudo o mais é só o resto”.

Teste!

Um, dois, três, testando!! Um, dois, três... Oi, oi, oi!!
Hum... Acho que está funcionando.
Bom, mais tarde eu volto para escrever alguma coisa.