sábado, 15 de novembro de 2008

Voltei!

Mas nao ao Brasil...

Continuo na minha segunda pàtria. Ou seria primeira, jà que minhas raìzes sao italianas?
Bom, vai do ponto de vista de cada um.

Tenho tanta coisa para contar, mas escrever tudo o que aconteceu nesses quase dois meses de ausencia do blog tornaria a sua leitura cansativa.

Sendo assim, vou tentar pontuar.

1) Final de setembro: comecei um curso profissionalizante junto ao IRES (Istituto di Ricerche Economiche e Sociali del Friuli-Venezia Giulia). Nao aguentava mais ficar parado, enviando currìculos, indo a entrevistas de emprego e nao ter nada certo. Estou aprendendo algo novo, fazendo amizades, aprimorando meu italiano e ainda terei a oportunidade de fazer um estàgio à partir de janeiro e, quem sabe, vai depender de mim, lògico, ficar dentro da empresa.

2) Segundo dia de aula, quase fico maluco nas duas primeiras horas. O professor embalou a falar dialeto triestino e eu nao entendi ABSOLUTAMENTE NADA. Pensa que é igualzinho ao italiano, é? Pega o idioma alemao, uma porçao do esloveno e uma pitadinha do dialeto veneto. Coloca tudo em uma panela e mistura. Isso é o triestino. Logicamente falei no intervalo com o professor, que passou a usar o "tricolore".

3) Minha rotina està mais ou menos como dos tempos em que eu estudava e trabalhava na ràdio Alvorada, Prefeitura de Londrina e como cinegrafista. Levanto às 5h50 da manha, pego o onibus às 6h40, chego a Trieste às 7h30. 7h45 pego outro onibus, atravesso praticamente toda cidade, desço às 8h10 na Via Flavia e caminho 15 minutos para chegar ao local do curso, em San Dorligo. E a volta nao sao dois onibus. Sao tres. De segunda a sexta. Cansa? Sim. Mas vale a pena.

4) Chegou o cartao do meu Codice Fiscale e Tessera Sanitaria.

5) Assisti a uma aula de Fìsica na Estaçao de Trem aqui em Trieste. Por que na Estaçao? Manisfestaçao de professores e estudantes contra a reforma Gelmini, que corta verbas destinadas a educaçao.

6) Fui a Sežana, na Eslovenia, bem na fronteira com a Itàlia, comer uma boa pizza com alguns amigos. Lugar muito agradàvel.

7) Terça-feira, 11, estive em Prosecco, na festa de San Martino. Comi um sanduìche e um presunto cozido, tomei um excelente vinho branco da regiao, andei um pouco pela feirinha, pelo parque de diversoes, debaixo de uma garoa fina.

8) Ontem, pela primeira vez, senti um pouco da Bora de Trieste. Que vento DOIDO! Vem de frente, de lado, pelas costas e te empurra mesmo. Escrevi um pouco, porque meu professor disse que era sò um pedacinho da Bora. Quando vier para valer, vou ter de me segurar em algum poste.

9) Também ontem completei sete meses de Itàlia.

E' isso. Estou bem, graças a Deus, e seguindo meus planos. Atè março do ano que vem, a minha meta é terminar o curso. Feito isso e nao tendo um emprego, volto ao Brasil. Se conseguir algo, fico.

Ps. o curso é gratuito.

A presto.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Història mal contada por Curitiba

Salve, salve, cari amici!

Hoje é sexta-feira, dia daquela pizza e un buon vino (hummmm) e, além das notìcias que postei abaixo, quero deixar registrado a minha opiniao a respeito do, no entender do Consulado Italiano de Curitiba, link falso do agendamento para legalizaçao dos documentos.

Vejam a nota no site: http://www.conscuritiba.esteri.it/

Voltarei no tempo, mais exatamente para o ùltimo domingo, 14. Como é de praxe, acordei, fui ao banheiro, escovei os dentes, tomei um café e liguei o computador – aos piadistas, nao, nao fiz tudo isso ao mesmo tempo.

Pois bem. Comecei minha leitura de e-mails e sites que costumo acessar, dentre eles o de relacionamento Orkut. Ali, em um fòrum a respeito do tema cidadania italiana, li a afirmaçao de um membro que disse ter recebido por correio eletronio uma mensagem que Consulado Italiano de Curitiba reabriu o agendamento.
E logo em seguida perguntou se alguém sabia de algo, pois no site nao havia nada.

O que fiz? Corri para o site do Consulado e cliquei no link “Agende seu atendimento”. Nao abriu o formulàrio, mas uma mensagem: “O aplicativo para o agendamento està temporariamente suspenso por motivos técnicos”. Se voce fizer o mesmo, verà que o aviso ainda é esse.

Retornei ao fòrum e vi, logo abaixo, um link que outro membro havia deixado. Li e passei o mouse por cima para ter a certeza que seria direcionado àquele digitado. Era uma pàgina interna do Consulado de Curitiba (estava no domìnio deles) para, realmente, agendar o atendimento para a legalizaçao dos documentos.
Nossa, que maravilha, pensei.

Dei uma olhada em outros fòruns sobre o tema e vi que a notìcia jà estava no topo das discussoes.
Bom, tentei acessar novamente o agendamento por meio da pàgina principal do site e nada.
Tentei o dia todo e nao consegui. Sò era possìvel, mesmo, com o link direto.

“Serà que abriram por um momento e depois fecharam? Serà que esqueceram de ‘linkar’ a pàgina interna? Uma falha no sistema do Consulado?”
Algumas perguntas que eu me fazia, enquanto acompanhava, sempre por meio do Orkut, a felicidade das pessoas ao saber que Curitiba havia reaberto o agendamento.

Para resumir a història, na segunda-feira, là pelas 22h aqui, na Itàlia, o Consulado soltou aquela nota que està na pàgina principal do site.

Sinceramente, na MINHA opiniao, essa història ainda està MUITO mal contada.
Link falso? Como? O domìnio era do Consulado!
E se era falso, porque ele simplismente sumiu depois dos vàrios telefonemas e e-mails que, certamente, o Consulado em Curitiba recebeu?

Se houve uma falha, seria muito bonito da parte do Consulado assumir e pedir desculpas à todos aqueles que acreditam naquele òrgao.
E se era realmente um falso link, explicar melhor.

Consulado da Itália em SP abre agendamentos para 2009: novamente, a corrida em busca de uma vaga

Com os agendamentos para a legalização de documentos para fins da cidadania italiana completamente preenchidos até dezembro de 2008, o Consulado da Itália em São Paulo abriu, na semana passada, as inscrições para 2009. Conforme informações obtidas por Oriundi, em menos de três dias, o Consulado já havia recebido mais de 3 mil agendamentos.

O agendamento deverá ser feito no site do Consulado, no link “Agendar atendimento”, preenchendo os dados nome, sobrenome, nacionalidade, local e data de nascimento, endereço residencial, escolaridade, telefone e e-mail do interessado, sem a necessidade de informar a respeito da origem exata, de comune ou paróquia, do antepassado italiano transmissor da cidadania.

Os pedidos deverão ser feitos exclusivamente mediante agendamento para a legalização de certidões de registro civil para as pessoas que se dirigem diretamente às Prefeituras italianas de residência ou junto aos Consulados italianos em cuja jurisdição estejam residindo legalmente. Em comunicado publicado no site do Consulado, o cônsul Marco Marsilli ressalta que, em vista do elevado número de pedidos para este serviço, é necessário que sejam evitados, ao máximo, marcações para antecipar ou remarcar agendamentos.

Segundo informa o Consulado, o pedido de agendamento deve ser feito unicamente em nome do interessado (ou seja, o usuário final da documentação) que deverá se apresentar na data fixada para a entrega da documentação junto ao setor URP do Consulado. Cada solicitação deverá corresponder à entrega de documentos de uma só pessoa, ou seja, o agendamento é individual e não vale para demais familiares da pessoa agendada. Caso o agendado não possa comparecer no dia e hora fixados poderá delegar formalmente uma terceira pessoa para a apresentação dos documentos (que deverá mostrar o original da Procuração na data marcada).

Ainda conforme o Consulado, a abertura de agendamento destina-se unicamente ao serviço de legalização de documentos e não será considerado válido para nenhum outro serviço consular. Serão legalizadas exclusivamente certidões apresentadas em original, recentes e com firma reconhecida em Tabelião de Notas de São Paulo – Capital, anexando um comprovante de endereço, original e recente, em nome do interessado (as traduções podem ser feitas também na Itália).

O Consulado aconselha que as certidões sejam apresentadas, pelos interessados, no formato “inteiro teor” e avisa que a entrada no Consulado será permitida mediante apresentação do e-mail de convocação e documento de identidade original válido (RG ou RNE) em nome do interessado ou de seu Procurador.

Fonte: www.oriundi.net

E nem começou direito e o Consulado mostrou que està atento.
Leiam a nota veiculada pelo site do Consolato:


Avisamos aos usuários que, há poucos dias da reabertura dos agendamentos para legalização de documentos para pedidos de reconhecimento da cidadania – contrariando as instruções publicadas neste site e difundidas ao público – foram efetuadas dezenas de pedidos de agendamento todos provenientes do mesmo “despachante". Ao informar que tais pedidos, solicitados pela “Consultoria dAaZ” (contato@consultoriadaaz) em desrespeito às instruções FORAM CANCELADOS, uma vez que impedem ao público o livre acesso ao serviço, aproveitamos a ocasião para lembrar que este Consulado Geral NÃO reconhece nenhuma validade nas afirmações daquelas agências de consultoria que dizem ter um acesso privilegiado aos nossos serviços e proibe a qualquer “despachante” (prestador de serviços) de divulgar possuir direitos diferenciados em relação aos demais usuários. As pessoas que tiveram seus pedidos cancelados poderão acessar o nosso site e providenciar por si próprias a solicitação de seus agendamentos.

Fonte: www.conssanpaolo.esteri.it

Bravissimi!!!!!!

Unificação dos procedimentos no processo de cidadania deve acontecer a partir de outubro

Bom, eu sò acredito vendo, mas é muito bem-vindo um trabalho unificado entre os Consulados Italianos no Brasil. E como sonhar nao custa nada, quiçà, un giorno, os Comuni (prefeituras italianas) se coloquem na pele de quem vem para cà e comecem a fazer algo semelhante...

A simplificação do processo do reconhecimento da cidadania italiana, mediante a unificação dos procedimentos em todos os consulados da Itália no país, deverá entrar em curso a partir de outubro deste ano, por iniciativa da Embaixada da Itália no Brasil. A disposição foi comunicada durante encontro técnico que reuniu, no Consulado da Itália em São Paulo, na sexta-feira (12), o cônsul Marco Marsilli, membros do Comites – Comitê dos Italianos no Exterior - de São Paulo, representantes de Patronatos e do CGIE, e o deputado eleito pela circunscrição Exterior América do Sul, Fabio Porta.

A presidente do Comites, Rita Blasioli Costa, qualificou a reunião como muito positiva, com respostas satisfatórias por parte do Consulado. Segundo ela, além da criação de um roteiro único comum a todos os Consulados no Brasil, a contratação de 33 funcionários para atender a circunscrição de São Paulo, no âmbito do task force, deverão contribuir para diminuir a fila da cidadania, estimada, atualmente, em 380 mil processos. Também foi acertada, no encontro, a retomada dos processos para a cidadania de filhos de italianos, desde fevereiro passado, paralisados nos Patronatos.

A respeito do agendamento das legalizações de documentos para a cidadania italiana, aberto pelo Consulado em São Paulo, na semana passada, foi garantido que as inscrições não sofrerão interrupção a partir de um número máximo de inscritos, como ocorreu em 2007.

Leia, abaixo, o Comunicado do Comites SP a respeito da reunião.

COMUNICATO STAMPA

Presso il Consolato Generale d’Italia di San Paolo (Brasile) si e’ riunita la Commissione “Rapporti con il Consolato” del Comites.

Presenti la Presidente Rita Blasioli Costa, il Console Generale Marco Marsilli, l’On. Fabio Porta e i rappresentanti del Cgie e dei Patronati.

“Task Force” sulla cittadinanza; rapporto con Comites e Patronati; Assistenza sanitaria: questi alcuni dei temi principali oggetto di una lunga e approfondita discussione tra il Comites di San Paolo ed il Consolato Generale d’Italia.

La riunione e’ stata convocata dalla Commissione “Rapporti con il Consolato” del Comites, con una lettera firmata dalla Presidente Rita Blasioli Costa e dal Direttore Segretario Natalina Berto.

Presente all’incontro anche il Consigliere del Comites e Cgie Antonio Laspro, i Consiglieri del Comites membri della Commissione: Giovanni Laspro, Paulo Moretti, Sandra Borghini, Ricardo Olivati e Daniela Dardi, il parlamentare italiano eletto in Sudamerica Fabio Porta e i rappresentanti di tutti i patronati operanti in Brasile.

Con relazione alla cosiddetta “task force”, ossia alla contrattazione straordinaria di un gruppo di impiegati e digitatori per fare fronte al rilevante accumulo di pratiche di cittadinanza presso il Consolato, il Console Marsilli ha annunciato l’avvenuta selezione dei 9 contrattisti locali che dovrebbero presto sommarsi ai quattro (cinque) impiegati di ruolo in arrivo dall’Italia e ai venti digitatori, formando così un gruppo operativo che nei prossimi mesi avrà il compito di smaltire il considerevole arretrato.

Sempre in considerazione dell’avvio dell’operazione “task force” e’ stata concordata con i patronati la possibilità di procedere nei prossimi giorni alla consegna dei processi di cittadinanza dei “figli” di italiani; consegna che sarà quindi sospesa nuovamente proprio in ragione dell’inizio dei lavori della “task force” che dovrebbe nei fatti non rendere più necessaria l’esistenza di corsie preferenziali per l’acquisto della cittadinanza.

A questo proposito il Consolato ha confermato l’avvenuta riapertura delle prenotazioni per la legalizzazione consolare dei documenti; pratica utilizzata soprattutto da coloro interessati a recarsi in Italia per l’acquisto della cittadinanza direttamente ai Comuni.

Con riferimento al cosiddetto nuovo “roteiro”, ossia al vademecum unico dei documenti necessari alla presentazione delle domande di cittadinanza, il Consolato di San Paolo ha comunicato che – rispondendo ad una precisa indicazione dell’Ambasciata – sarà disponibile nei prossimi giorni sul sito internet del Consolato il testo relativo, che varrà per tutti i Consolati italiani in Brasile (fatto salvo qualche piccola differenza relativa alle modalità di consegna dei documenti).

Viene confermato l’orientamento a presentare i documenti nella forma integrale (“inteiro teor”), anche per le cittadinanze presentate presso i Comuni italiani.

La delicata e controversa questione dell’assistenza sanitaria, che recentemente aveva suscitato qualche polemica sulle agenzie di stampa, e’ stata lungamente affrontata dalla Commissione.

Il Console Marsilli ha spiegato i motivi oggettivi per i quali in Brasile sia difficile e spesso impossibile stipulare (così come e’ avvenuto in altri Paesi sudamericani) polizze sanitarie a carattere assicurativo; da qui la scelta di privilegiare le convenzioni di tipo medico e farmaceutico.

La Commissione, così come era stato appena deciso con riferimento alla “task force”, ha proposto e approvato la costituzione di un gruppo di lavoro misto (Consolato, Comites, Patronati) che avrà il compito di migliorare e potenziare le convenzioni e i livelli di assistenza sociale del Consolato per i cittadini meno abbienti, e anche di divulgare in maniera adeguata e completa l’esistenza di dette prestazioni all’interno della comunità italiana.

Fonte: www.oriundi.net

9° Curso Imigração Italiana: dados históricos e pesquisa genealógica

O objetivo do curso, realizado no Memorial do Imigrante, na cidade de São Paulo, é fornecer aos participantes uma visão histórica básica sobre a Itália e o Brasil em fins do séc. XIX e início do séc. XX, além de técnicas para iniciar a confecção de sua própria árvore genealógica, e informações gerais sobre o reconhecimento da cidadania italiana. É destinado a ítalo-descendentes que queiram pesquisar sua própria história familiar, e a quaisquer interessados na imigração italiana.

Alguns pontos do conteúdo:

História da Itália; causas da Grande Emigração/Imigração; a viagem; vida do imigrante: café, fazendas, cidade;

Divisão administrativa atual da Itália, mapas da Itália, aspectos geográficos e culturais;

Nome/sobrenome: origens; registros eclesiásticos e civis, italianos e brasileiros; alterações no Brasil;

O tipo mais simples de gráfico genealógico: a árvore de costado; outros tipos de representação;

Genealogia no computador: programas, pesquisa e intercâmbio de informações via Internet;

Cidadania italiana - o que é? Passaporte: vantagens, mas também deveres. Documentos, passos, prazos;

Bibliografia sobre imigração italiana/café/ferrovias/cidades; Glossário genealógico português/italiano/inglês.

Duração: 24 horas-aula + uma atividade complementar grátis + (por adesão) Viagem Cultural a Santos ou a fazendas de café

Aulas: 4 domingos: 19 e 26 de outubro, 9 e 23 de novembro, das 10 às 12h e das 13:30 às 17:30h. Atividade complementar em São Paulo: data a ser votada em classe. Viagem Cultural (destino a ser votado em classe) no sábado 22 de novembro.

Professor: Virginio Mantesso, Bacharel em História e Genealogista

Local: Memorial do Imigrante - R. Visconde de Parnaíba 1.316; Metrô: Bresser-Moóca, Linha 3, Vermelha (Leste-Oeste), São Paulo.

Valor da inscrição: R$180,00. Para professores com apresentação de comprovante: R$150,00. (Para todos, incluso na inscrição o prato principal do almoço nos dias das 3 primeiras aulas, no Caffé Bistrô do Imigrante).

Professores da Rede Municipal de Educação receberão o Certificado específico para uso na Evolução Funcional.

Como inscrever-se: pelo tel. (11) 6692-1866, Ramal 201 ou 210, de terça a sexta feira, das 10h às 17hs; ou pelo site www.memorialdoimigrante.sp.gov.br; ou pessoalmente (aceita-se cartão de crédito) na loja do Memorial do Imigrante.

Programa detalhado: no site www.imigracaoitaliana.com.br ou pelo email curso@imigracaoitaliana.com.br

Fonte: www.oriundi.net

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Sono innamorato

Buondì, amici!

Sabe, estava relendo algumas postagnes do blog e notei uma coisa: esqueci de escrever que minha cidadania italiana jà foi reconhecida! Hahahahaha.

Brincadeira. Nao relatei porque estou preparando um texto mais elaborado. Mas fica aqui o registro de que o processo terminou dia 4 de agosto.

A sensaçao de assinar o livro de registros e receber a carteira de identidade italiana?
Nao hà uma palavra para descrever o momento, porque dentro da sala da Anagrafe, naquela manha do dia 4 de agosto, me veio em mente um filme da luta que foi para chegar até aqui. Saì do Comune (prefeitura) e a primeira coisa que fiz foi me sentar, orar, agradecer a Deus e pedir proteçao a todas as pessoas que me ajudaram e torceram por mim.

E outra coisa que me deixa contente é saber que meus futuros filhos nao precisarao passar por tudo isso para ter a cidadania italiana deles reconhecida.

Estou feliz e, posso dizer, apaixonado. Sim, innamorato!
Voce quer saber o nome dela?
Hum….

Olha, faz cinco meses que a conheci.
Quando a vi pela primeira vez era noite e estava frio.
Entao nao reparei muito.
Mas percebi que era bela e se fazia respeitar.

Quando o dia clareou e a vi realmente, nossa!
Encantadora.
E’ daquelas que voce olha e esquece das horas.
E quer saber mais: De onde ela vem? Que faz? Onde ela mora?

Ela se revela aos poucos.
Primeiro soube que ela tinha raìzes austrìacas.
Depois que também tinha antepassados venezianos.
Grandes mercadores e pescadores da Repubblica Veneziana.

E eu, que sou aficionado por esse tipo de història
Fiquei mais innamorato.
Os dias, semanas e meses passavam
E eu mais encantado.

Porém, havia uma coisa que queria saber
O significado do nome dela.
Pesquisei
E encontrei.

Hà dois possìveis.
O primeiro de algo que foi feito tres vezes.
O segundo, mercadora.
Mercadora de encantos, eu diria.

Essa é Trieste.
Cidade que me acolheu
E recebeu
Como uma verdadeira mamma italiana.

Aos que nao conhecem essa linda cidade, eis uma belìssima mùsica do grande Sergio Endrigo, acompanhada de um vìdeo.

Buona visione: http://www.youtube.com/watch?v=YDo2EdPQ0Jw

Aqui um outro: http://www.youtube.com/watch?v=R_yOnwNx7xE&feature=related

E a famosa "bora": http://www.youtube.com/watch?v=itcaETv705Y&feature=related

*Bora é um vento catabatico (vento em descida) de proveniencia leste/nordeste, que sopra com particular intensidade especialmente através do Alto e Médio Adriàtico.
A bora mais conhecida na Itàlia é a de Trieste, enquanto na Croàcia é chamada de Segna (Senj). Em Trieste sopram rajadas, ditas em dialeto "refoli", no inverno, e sao denominadas "bora chiara" com a presença de um céu sereno e a "bora scura" com o céu coberto e com nùvens.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Comune di Verona

Salve!

Estava eu lendo alguns tòpicos de uma Comunidade, no Orkut, a respeito do processo de reconhecimento da cidadania italiana, e me deparo com um link do Youtube.

O tòpico faz referencia ao processo na cidade de Verona, na regiao do Veneto.
Jà li e escutei gente falando barbaridades do local, por causa do prefeito de opinioes radicais.

Porém nao acreditei na història que, quando abriam as portas da prefeitura, era uma correria NAS ESCADAS para pegar uma senha.

Agora eu acredito...

Vejam voces mesmos: http://it.youtube.com/watch?v=ZK3omw1BMuc

sábado, 6 de setembro de 2008

Berlusconi descarta conceder voto a imigrantes na Itália

Roma, 4 set (EFE) - O presidente do Governo italiano, Silvio Berlusconi, afirmou hoje que os imigrantes no país não terão direito a voto, contrariando o que tinha dito o presidente da Câmara dos Deputados e correligionário, Gianfranco Fini.

"Fini expressou sua opinião, mas (conceder o voto aos imigrantes) não está em nosso programa, assim como ninguém apresentou um projeto de lei sobre este tema", afirmou Berlusconi em Nápoles (sul).

O presidente da Câmara dos Deputados se mostrou disposto, na quarta-feira, durante um debate público com o secretário do opositor Partido Democrata (PD), Walter Veltroni, a conceder o voto aos imigrantes que cumprirem seus deveres fiscais.

Perante esta declaração, o ministro do Interior italiano, Roberto Maroni, reafirmou hoje a "líquida contrariedade" do partido ao qual pertence, a Liga Norte, com que os imigrantes tenham direito a voto.

A polêmica foi enterrada pelo ministro da Defesa, Ignazio La Russa, que afirmou que a Aliança Nacional (AN), que apóia Berlusconi e da qual Fini é o líder, "não tem entre suas prioridades o pedido do voto para os estrangeiros".

"Acho que, no futuro, na AN, falaremos de cidadania e de integração, mas por enquanto não acho que discutiremos estes temas", acrescentou La Russa.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/09/04/berlusconi_descarta_conceder_voto_a_imigrantes_na_italia_1657933.html

sábado, 2 de agosto de 2008

Nota de comportamento de aluno poderá influenciar média escolar

O governo italiano aprovou o decreto-lei sobre a reforma educativa, que prevê a atribuição de uma nota ao comportamento de um aluno, influenciando a média de conclusão do ano escolar.

O diploma, que terá ainda de ser aprovado pelo Parlamento, aponta, como outras novidades, a inclusão da disciplina "Cidadania e Constituição" nos currículos e a possibilidade de as escolas públicas poderem obrigar os seus alunos a usarem farda.

Em Itália já existe a atribuição de uma nota ao comportamento do estudante, que não tem influência na média escolar nem leva à suspensão ou repetição do ano por parte do aluno, como estipula o decreto-lei aprovado hoje em Conselho de Ministros.

Uma classificação negativa na conduta do estudante, que apenas será válida nas escolas secundárias, poderá ser penalizada com um máximo de cinco pontos a menos na avaliação dos exames nacionais.

"Avaliar o comportamento significa reforçar na comunidade escolar a importância do respeito pelas regras e, portanto, da capacidade do estudante, cidadão do amanhã, em saber estar com os outros, exercitar os seus direitos e respeitar os seus deveres", justificou a ministra italiana da Educação, Mariastella Gelmini.

Quanto aos uniformes, a governante explicou que a sua introdução nas escolas públicas, enquanto "elemento de ordem e de igualdade entre os jovens", será da "competência" de cada director.

As fardas respeitarão as novas tendências da moda, ressalvou.

Fonte: http://aeiou.visao.pt/Pages/Lusa.aspx?News=200808018608716

Ministros assinam acordo para ampliar a presença da Itàlia no mundo

Um memorando de acordo foi assinado entre o chanceler italiano Franco Frattini e o ministro da Cultura, Sandro Bondi, para fortalecer a cultura e a língua italiana no mundo, um dos "melhores cartões de visita" do país.

"A mensagem da cultura italiana é um instrumento extraordinário para a imagem do nosso país no exterior", destacou Frattini, recordando que o acordo assinado "não tem precedentes como exemplo de colaboração positiva e institucional" entre os dois ministérios.

Com base no acordo, a Chancelaria colocará à disposição a própria "rede diplomática, ou seja, os consulados e as embaixadas distribuídas pelo mundo, rede que está à disposição do 'sistema Itália'", acrescentou Frattini. Da sua parte, o Ministério da Cultura "fornecerá conteúdos", como previsto pelo acordo.

Bondi afirmou que os "compromissos para apoiar os projetos culturais italianos no mundo, através de uma melhor valorização dos bens culturais, de uma maior oferta e apoio à arte contemporânea com intercâmbio de artistas de outros países, além de atividades internacionais" do ministério para permitir acordos com outros paises.

Fonte: http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/fdg/200807311231320665/200807311231320665.html

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Adeus filas para a cidadania em Minas Gerais! A AISE em uma entrevista com o consul Bolasco

Retirei o trecho que diz respeito ao fim das filas em MG.
O restante da matèria, em italiano, està no link.

Até o final de dezembro nao existirao mais filas para a cidadania no consulado de Belo Horizonte, é essa a previsao e também a esperança do consul Bolasco. Em uma breve entrevista, além de dedicada a um balanço sobre a segunda ediçao do “Giugno Italiano”, Bolasco confirmou a contrataçao de novos funcionàrios que até dezembro, segundo as previsoes do consul, deveria reduzir, ao menos em “nìveis fisiològicos”, o nùmero dos pedidos de cidadania em lista de espera, dos atuais 32 mil à aproximadamente mil.
[...]

Fonte: http://www.agenziaaise.it/gestionedb/03-News.asp?Web=Giorno&Modo=12&IDArc=60644

Imigrantes/Don Ciotti: Introduzir na Itàlia o 'ius soli'

Introduzir na Itàlia o ‘ius soli’, isto é: o direito a cidadania para quem nasce em territòrio italiano. O objeitvo de uma proposta de lei elaborada por don Luigi Ciotti, presidente da Associaçao ‘Libera’ e por Luigi Cancrini, presidente do Centro de estudos de Terapia familiar e relacional.

O texto foi apresentado em Roma, ontem pela manha, na Casa Internacional das mulheres. A idèia vem dos ùltimos fatos sobre os menores dos campos nomades e relança a proposta do ministro do Interno, Roberto Maroni.

Se, realmene, o titular do Viminale propoe a cidadania somente para os menores nascidos na Itàlia e que nao tem pais, a iniciativa de Ciotti e Cancrini, ao contàrio, sugere uma reforma radical do critèrio que vem atribuìda a cidadania italiana: nao mais somente por “direito de sange” (atualmente é reconhecido cidadao italiano quem descende de italianos), mas também por “direito de solo”.

A proposta é composta sò por tres artigos, que modificam a lei de 5 de fevereiro de 1992: o primeiro estabelece que é cidadao por nascimento “quem nasce no territòrio da Repùblica se ambos os pais sao desconhecidos ou sem nacionalidade, ou entao se o filho nao segue a cidadania dos genitores segundo a lei do Estado ao qual eles pertencem” e “quem nasce no territòrio da Repùblica filho de pais estrangeiros”. O segundo artigo estabelece o direito a cidadania também aos menores, filhos de trabalhadores estrangeiros que frequentam as escolas italianas. O terceiro faz referimento a um ato do Governo às execuçoes administrativas necessàrias para a realizaçao em trabalho dessas duas indicaçoes.

Para lançar a proposta de lei foi montada uma comissao. Em setembro, explica Cancrini, inicia-se a campanha para recolher assinaturas. Porém, os promotores ainda nao decidiram se procedem com a pràtica burocràtica por meio de uma iniciativa popular ou entao transformar o texto em um desenho de lei proposto diretamente por alguns parlamentares.

Fonte: http://notizie.alice.it/notizie/cronaca/2008/07_luglio/22/immigrati_don_ciotti_introdurre_in_italia_lo_ius_soli,15520495.html

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Di Pietro (Morresi Emigrati): A Itàlia discrimina os seus cidadaos nascidos no exterior, mas com cidadania italiana

“O artigo 3 da constituiçao italiana diz: “Todos os cidadaos tem parelhas dignidades sociais e sao iguais perante a lei, sem distinçao de sexo, de raça, de lìngua, de religiao, de opinioes polìticas, de condiçoes pessoais e sociais”. Na pràtica, o que a Repubblica italiana aplica é: “Todos os cidadaos tem parelhas dignidades sociais e sao iguais perante a lei, sem distinçao de sexo, de raça, de lìngua, de religiao, de opinioes polìticas, de condiçoes pessoais e sociais, mas existem cidadaos italianos de série A e cidadaos italianos de série B”.

A afirmà-lo é Gerardo Di Pietro, diretor da “Gazzetta dei Morresi Emigrati”, segundo o qual “os cidados italianos nascidos na Itàlia sao cidadaos italianos de série A e os cidadaos italianos nascidos no exterior sao de série B”.

“Essa – explica – é a constataçao que se faz dirigindo-se a um Consulado italiano para a liberaçao de um novo passaporte ou a renovaçao de um passaporte que vence. “Voce é um italiano nascido na Itàlia” dizem, “nao paga pela liberaçao do passaporte”. “Voce é um italiano nascido no exterior, precisa pagar 146 Sfr”. Prestem atençao: essa distinçao se aplica nao sò a pessoas que obtiveram a cidadania italiana por matrimonio ou por outros motivos, mas também aos jovens filhos de imigrantes italianos que nasceram no exterior onde havia emigrada a famìlia por causa do trabalho”.

“Nao entendi essa discriminaçao: ou pagam todos os cidadaos italianos, ou nenhum. E dizer – comenta Di Pietro – que os Governos que se alteram fazem competiçao em dizer que consideram esses jovens italianos nascidos no exterior como embaixadores de italianiedade, para depois discrimina-los em frente àqueles nascidos na Itàlia.

Provavelmente – conclui – fariam bem as mulheres italianas no exterior, que esperam uma criança, a reentrar temporaneamente na Itàlia até o nascimento do filho, para garantir-lhe assim o passaporte gratuito e vida natural durante"?

Fonte: http://www.agenziaaise.it/gestionedb/03-News.asp?Web=Giorno&Modo=12&IDArc=60464

Impressao digital no documento de identidade é novidade na Itàlia

Enquanto no Brasil jà estamos cansados de saber que temos de sujar os dedos para fazer o nosso RG, aqui, na Itàlia, isso serà novidade a partir de 2010.
Porém, as "carte d'identidà" na velha bota tem validade.


A partir de 2010 impressoes digitais para todos nas cartas de identidade

A partir de 2010 serà duplicada a duraçao da carta de identidade e se torna obrigatòria para todos a impressao digital. E’ o que preve uma emenda da maioria (apresentada por Marco Marsilio do Pdl) que obteve o sim bipartisan das comissoes Balanço e Finanças da Camara.

De acordo com o deputado Antonio Misiani do Pd, essa norma “acaba com a polemica Rom. Agora – afirma – as impressoes serao feitas por todos”.

Na verdade, explica Giulio Calvisi (Pd), “se trata de uma vitòria simbòlica porque com base em uma diretiva comuntària todos os paises deverao introduzir a obrigatoreidade da impressao digital nas cartas de identidade”. De fato, acrescenta, “os novos documentos jà estao programados”. “A carta de identidade – se le na emenda – tem uma duraçao de 10 anos e deve conter fotografia e as impressoes digitais do portador”.

Fonte: http://www.ilsole24ore.com/art/SoleOnLine4/Norme%20e%20Tributi/2008/07/manovra-impronte-digitali.shtml?uuid=0413d2cc-5303-11dd-b353-a98d07585a6c

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Buscas de documentos na Itàlia

Nao a conheço e nao estou fazendo propaganda de maneira direta (indiretamente, sim), mas é porque achei interessante os vìdeos.
Se voce pensa que é fàcil encontrar o documento do teu ascendente, aqui, na 'vecchia bota,' veja:

http://www.youtube.com/watch?v=bae2ZBuTX4g

http://www.youtube.com/watch?v=N8gBVTJk6ZM&feature=related

Saluti.

Dificultar o reconhecimendo da cidadania italiana?

Dificultar, restringir, limitar, colocar barreiras etc, etc e etc.

Verbos e expressoes apelativos que nao se encaixam no contexto.
Servem, sim, para vender e fazer um terrorismo desnecessàrio sobre o assunto.

Itàlia quer o mìnimo de conhecimento para reconhecer a cidadania
Italiano e Constituiçao para os ìtalos-descendentes
Reconhecimento da cidadania italiana passarà pela escola
Cidadania italiana ajudarà na crescimento cultural dos descendentes


O tìtulo da matèria da BBC Brasil veiculada no inìcio do mes na Folha, no O Globo e outros periòdicos, poderia ser um desses.

Desde quando aprender um novo idioma, estudar uma Constituiçao e buscar enteder uma cultura é algo difìcil e ruim? E’ òtimo!

- "Ah, voce escreve isso porque jà reconheceu a cidadania, seu maledetto”!, voce poderia me dizer.

E’ verdade que jà terminei o processo, mas o maledetto aqui estudou italiano, teve a curiosidade de ler ‘La Costituzione della Repubblica Italiana’ (www.quirinale.it/costituzione/costituzione.htm), a respeito da cultura e costumes, porque acredito que isso é o mìnimo.

Quando alguém faz uma viagem a Disney, Paris, Nova Iorque e tantos outros lugares, procura ler um poquinho que seja antes de embarcar.
Por que nao pode ser assim para reconhecer a cidadania?
Porque é um DIREITO?!

Voltemos a matèria da BBC Brasil e a alguns pontos levantados no decorrer do texto.

Não queremos afetar os direitos dos descendentes de italianos, mas a cidadania deve ser muito mais do que um simples reconhecimento ou ato administrativo", afirmou Mantica, do partido Aliança Nacional, pouco antes de embarcar para a América do Sul, na segunda-feira.

Nao concorda? Hum… Entao vamos para um exemplo:
Voce foi sorteado para participar de um programa no qual pode ganhar uma boa grana.
Chega o grande dia e voce nao leva nada, pois pensou que pelo fato de ter sido sorteado, ter o DIREITO, jà ganharia algo.

Um outro, porém infantil:
Se voce nao for um bom menino, papai Noel nao vai te dar nada no Natal.

O problema que a gente sò cobra os DIREITOS e se esquece dos DEVERES.
E’ um jargao, mas é a verdade! E’ chover no molhado, sim!

Meus caros, se o governo italiano realmente aprovar essa mudança (quiçà quando), nao estarà mais do que dizendo para voce cumprir DEVERES para ter DIREITOS.
E sao deveres simples e bons para VOCE!

- “Po…! Os Consulados no Brasil sao um caos, a maioria dos polìticos italianos é um bando de (preencha como quiser), ele (governo italiano) cortou a verba destinada para amenizar o problema das filas, conseguir os documentos para dar entrada no reconhecimento da cidadania é cansativo e custoso e voce vem me falar de DEVEDERES e DIREITOS, ainda mais com esse estùpido exemplo do papai Noel?! QUAL E', GUAITA”????

Calma, nao tiro a sua razao, pois sei bem a dificuldade de toda a pràtica. O que quero dizer que nao hà mal algum em exigir o conhecimento sobre o paìs que te darà a segunda nacionalidade. Voce vai aprender, ganhar conhecimento, pense por esse lado.

Não é justo, a cidadania é um direito constitucional que devemos defender sem condições. Temos direito de sangue, reconhecido. Conheço italianos que não falam italiano, como os que moram na região do sul do Tirol, que falam dialeto austríaco. Não há discussão, disse Merlo à BBC Brasil.

D-U-V-I-D-O!
Eles até podem falar o dialeto austrìaco, mas o italiano também!
Eu mesmo estou em uma regiao onde se fala mais o esloveno e nem por isso nao sabem o italiano.

A cidadania tem que ser ligada a um interesse real de adquirir os próprios valores, língua e cultura, mas isso sem mudar a lei que concede a cidadania, disse Porta à BBC Brasil.

Essa é a idéia!

Quanto aos que dizem que haverà restriçoes com relaçao a geraçoes (que somente os netos poderao reconhecer), nao acredite.
Eles (politicos) nao sao malucos em mexer nesse enxame. Mas se por um acaso o fizerem um dia, voce jà tem o direito. Nao o perderà. Voce nasceu com ele.

Portanto, caro mio, nao se desespere. Faça o que achar melhor, mas volto a dizer que voce sò tem a ganhar aprendendo o idioma, lendo a Constituiçao, sobre a cultura e os costumes.

Aos interessados em ler a matèria na ìntegra, eis o link: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/07/01/italia_estuda_dificultar_processo_de_cidadania-547049147.asp

Abbracci a tutti.

Exceçao no "Ius Sanguinis"

Os menores que vivem nos campos nomades e estao sem “pais certos” poderiam ter a cidadania italiana. E’ a idéia sobre a qual està traballando o ministro do Interno, Roberto Maroni, pronunciada em um encontro na Unicef com as organizaçoes que se ocupam de direitos da infancia e do adolescente. “Eu penso que um modo para garantir a esses menores um futuro melhor – disse o ministro – se possa fazer uma exceçao a regula do ‘ius sanguinis’.

Fonte: http://www.stranieriinitalia.it/ansa-nomadi_maroni_cittadinanza_a_minori_senza_genitori_certi_5038.html

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Navegando pela rede, encontrei uma entrevista com o parlamentar Gino Bucchino (Partito Democratico) e um dos temas é a cidadania e a rede consular

Entrevista com o parlamentar Gino Bucchino (PD): Nòs, eleitos no exterior de maioria, precisamos estar unidos
Por Stefano Cuneo

[...]
P. Sobre a questao do reconhecimento da cidadania, muitos esperam uma forte mudança…
R. Apresentamos, aliàs reapresentamos uma proposta prioritària para sanar algumas situaçoes familiares. Hoje pode acontecer que dois irmaos estejam em condiçoes diferentes e que um deles possa usufruir de um direito e o outro nao. Pelas mulheres que perderam a cidadania e nao podem transmiti-la aos filhos, é necessario um pequeno gesto de vontade polìtica. Hà milhares de pessoas no mundo que reivindicam a descendenciaa italiana e sobre isso, a meu ver, é preciso ter um pouco de cautela, especialmente se se refere a uma descendencia de 1861, ano da unificaçao da Itàlia. Lembro que, durante uma de minhas viagens a América do Sul, um embaixador italiano me confessou que a situaçao se tornou insustentàvel por causa de tantos pedidos. Porque bastava ser “tocado” por um italiano para que a pessoa entrasse com o pedido de reconhecimendo da cidadania. Isso nao se pode aceitar. Nòs, parlamentares no exterior, estamos conversando sobre o tema.

P. A rede consular representa uma outra nota triste. O que pretende fazer nesta legislatura?
R. Acredito que estamos de frente a uma cadàver. Temos uma rede consular decadente, que està operando com muitas dificuldades e que faz milagres com aquilo que tem a disposiçao.

P. Com os cortes no orçamento, como serà?
R. Nao hà dinheiro nem mesmo para pagar a conta telefonica e a administraçao! E’ preciso fomentar as dificuldades: hoje os meios tecnològicos permitem isso. Podemos criar guiches consulares eficientes e funcionantes com rapidez. Os certificados seriam entregues velozmente. Seria bom, ao contràrio, a reduçao de pessoal enviado da Itàlia: quando existem quatro pessoas no commando de um consulado, o restante dos funcionàrios pode ser encontrado na regiao: um motorista pode ser sem problema algum um cidadao local, como muitos outros empregados. Sobre isso seria necessàrio convencer o MAE (Ministero degli Affari Esteri), que por sua vez deve prestar contas com os sindicatos.
[...]

Fonte: http://www.agenziaaise.it/gestionedb/03-News.asp?Web=Giorno&Modo=12&IDArc=60308

Nao tem nada a ver com o direito "Jus Sanguinis", mas diz respeito ao reconhecimento da cidadania italiana

Diminuem os tempos para as pràticas de cidadania: Os dados veiculados pelo Viminale

Foram aproximadamente 40 mil as pràticas de pedido de cidadania italiana examinadas durante 2007 pela Direçao Central pelos Direitos Civis, Cidadania e Minorias.

Os pedidos apresentados aumentaram em 50% com respeito ao mesmo perìodo do ano precedente. E’ o que revela a diretora Perla Stancari.

Segundo os dados fornecidos ontem pelo Viminale, sao 38.466 as pessoas que em 2007 obtiveram o passaporte italiano, enquanto em 2006 foram 35.766. Destes, 31.609 conseguiram a cidadania por matrimonio e os demais 6.857 por naturalizaçao (claro, depois de ter completado os 10 anos de residencia em territòrio italiano).

No que diz respeito a nacionalidade dos requerentes, de 2006 para 2007, nao houve alteraçoes. Entre os oito primieros: Marrocos (3.850), Romenia (3.509), Albania (2.605), Argentina (2.410), Brasil (1.928), Ucrania (1.389), Cuba (1.355), Polonia (1.255).

Sao 246.213 estrangeiros que de 1980 a 31 de dezembro de 2007 adquiriram a cidadania italiana.

Positivo, para o Viminale, o resultado alcançado, em termos de organizaçao pelas estrturas responsàveis pelo procedimento, graças também aos recentes melhoramentos na informatizaçao do serviço (site reestruturado, central telefonica, e-mail sò para o assunto), que permitiram duplicar as pràticas, diminuindo os tempos de espera.

Fonte: http://www.agenziaaise.it/gestionedb/03-News.asp?Web=Giorno&Modo=12&IDArc=60350

Poderiam fazer o mesmo em terras tupiniquim

Juiz argentino promete "surpresas" no caso de passaportes falsos de jogadores

O juiz federal argentino Norberto Oyarbide, que investiga um caso envolvendo jogadores do país que estariam falsificando passaportes europeus para jogar no futebol italiano, prometeu "surpresas" ao divulgar dados da investigação.

"Quando vocês virem este material, vão se surpreender bastante. Se preciso, os jogadores citados terão de prestar depoimento", comentou Oyarbide, lembrando que nenhum nome se tornou público até agora.

Na semana passada, 40 pessoas acabaram detidas em Buenos Aires como parte da investigação, que incluiu mais de 100 buscas em escritórios, clubes e até residências.

Com base em escutas telefônicas, o juiz garantiu que há cerca de 700 trâmites iniciados na Itália com dados totalmente falsos, todos com o objetivo de obter a cidadania italiana e, posteriormente, o passaporte.

O caso surgiu de uma denúncia do consulado da Itália na Argentina. Segundo fontes judiciais citadas pela imprensa argentina, o esquema envolve cerca de 30 milhões de pesos (seis milhões de euros) pela venda de documentos.

Ainda segundo estas fontes, já foram detidas 40 pessoas, entre advogados, contadores e empresários acusados de fazer parte de uma rede de falsificadores de documentos italianos criada desde que a União Européia definiu as cotas para jogadores estrangeiros nos clubes dos países-membros, em 1995.

Os crimes de falsificação de documento público e formação de quadrilha têm penas que vão de um a seis anos e de três a dez anos, respectivamente.

O advogado do consulado da Itália, Sergio Barzola, disse que alguns sabiam que os procedimentos eram ilegais, mas evitou comentar se as pessoas em questão eram mesmo jogadores de futebol.

Fonte: http://www.clicabrasilia.com.br/portal/noticia.php?IdNoticia=63779

sábado, 5 de julho de 2008

I cognomi della famiglia/Os sobrenomes da famìlia

Ciao a tutti!

Bene, come sono in Italia niente più giusto che scrivere in italiano sul mio blog.
Oggi lascerò qui i significati dei cognomi italiani che ho scoperto finora e fanno parte del mio albero genealogico.
Ho attenuto le informazioni sul sito (http://www.cognomiitaliani.org/) e devo ringraziare i signori Stefano e Vezzelli per le preziose spiegazioni.

Mais abaixo deixo o significado dos sobrenomes em português.

I cognomi:

Guaita: Dovrebbe essere di origini mantovane. Esistono tracce comunque di un'importante famiglia Guaita nel comasco, vicino a Menaggio. Non è da escludere un' origine spagnola, visto che in spagnolo guaita (guardia) potrebbe benissimo essere all'origine di soprannomi legati alla funzione di guardiano, ma anche nella lingua dei longobardi il vocabolo guaita significava guardia, sentinella, pertanto è da ritenersi più probabile, data la zona di origine, una discendenza longobarda. Questo cognome lombardo deriva dal nome personale Guaitus, dalla voce ‘guaita’ «guardia della città». La –w germanica si è quasi sempre trasformata in italiano nel nesso –gu, basti pensare all’italiano ‘guerra’ che risale al germanico ‘werra’ (inglese ‘war’) o al verbo ‘guardare’ dal germanico *wardon. Pertanto anche ‘guaita’ risale a un ‘wit’ antico alto tedesco che significava ‘ampio, lontano’ (tedesco moderno agg. weit = lontano, sost. Weite = lontananza). Il significato è conseguente: chi fa la guardia deve guardare lontano.

Fritegotto: Assolutamente rarissimo. Sembrerebbe di origine veneta. Il cognome potrebbe nascere da un ipocoristico dialettale del nome Federico, di antica origine germanica. La forma Fritegotto, in effetti, potrebbe riflettere una variante di Fedrigotto (l'italiano Federicotto), tenendo presente che Fedrigotti è un cognome più diffuso di Fritegotto (soprattutto in Trentino Alto Adige). In conclusione, dunque, si tratterebbe della cognominizzazione del nome personale del capostipite.
Raro cognome lombardo e veneto di origine germanica. Oltre a Fedrigotti, che presuppone un Fedrigotto, si potrebbe pensare al nome germanico Fridegoz, attestato in Förstemann 533, composto da frithu = pace + Gaut/Gautz che era l’epiteto di Odino e la denominazione della tribù dei Goti. Quanto al passaggio d > t, esso è dovuto alla seconda rotazione consonantica. (Zweite deutsche Lautverschiebung).

Manfrin: E’ veneto. Dovrebbe derivare dal nome medioevale Manfrinus di cui abbiamo un esempio in quest'atto dell'anno 1494 a Milano: “Georginus filius quondam Symonini sindicus per instrumentum, qui ellegit pro suo communi dominum Gabardum pro Biandrono Antonium Luchinum consul sindicus ut dixit per instrumentum, qui pro ipso communi ellegit dominum Gabardum pro Bregano Manfrinus filius quondam Togni”. In rari casi potrebbe derivare da modificazioni dialettali del nome medioevale di origine germanica Manfredi.

Faedda: Tipicamente sardo. Dovrebbe derivare da un soprannome originato dal vocabolo sardo faeddu (parola) di qualcuno che parlava troppo o che era molto bravo con le parole.

Marastoni: È registrato dall’Olivieri fra i cognomi della Venezia Euganea, come derivante dal toponimo ‘Lamarstón’ trevigiano, che è il tedesco ‘Hammerstein’.

Segantini: Ha un ceppo a Legnago, Bosco Sant'Anna nel veronese ed uno nell'aretino a Castiglion Fiorentino, Arezzo e Cortona con un ceppo anche a Roma ed Aprilia, nel latinense. Probabilmente frutto dell'emigrazione forzata di manovalanza veneta in occasione della bonifica pontina. Dovrebbe derivare dal mestiere di segantinus (operaio specializzato nel compito di segare il legno, sia per farne legnada ardere sia tavole gregge per falegnameria), probabilmente svolto dal capostipite, ma il termine ha generato anche, in epoca medioevale, il nome Segantinus, di cui abbiamo menzione ad esempio in un atto del 1358 a Firenze: "Nomina vero dictorum consiliariorum sunt hec: «Segantinus, Hubertus condam Adatti, et Biliottus condam Acerbi, et Canbius condam Amannati, et Guntinus condam Gualandi, et Bonafede condam Spinelli, et Salvuccius filius Benincase, et Finuccius filius Rosticci, et Bandinuccius filius Abizi".

Montagnoli: Deriva dal soprannome o nome medievale Montagnolo, che, letteralmente, significa proprio 'montanaro, proveniente dalla montagna'. In alternativa, però, non è esclusa una derivazione dalla toponomastica nazionale e, in particolar modo, da uno dei tanti toponimi contenenti la radice 'montagna' - ad es. dalla località di Montagnola, frazione di Novate Mezzola, in provincia di Sondrio.

Pavesi: E’ tipico della Lombardia sud occidentale. Dovrebbe derivare dal toponimo Pavia.

Rosina: Deriva da un diminutivo del nome medievale Rosa, che, letteralmente, allude proprio all'omonimo fiore (in riferimento alla sua simbologia).Più improbabile, invece, una derivazione dalla toponomastica nazionale e, in particolar modo, da uno dei tanti toponimi contenenti la radice 'rosa' - esiste anche una frazione di Chitignano dal nome Rosina, in provincia di Arezzo.

Zanelli: E’ comune in Lombardia ed Emilia e Romagna. Deriva da Zane o Zanne, una variazione dell'aferesi del nome Gianni. Traccia di questo cognome la troviamo alla fine del 1500 a Cornale (BG) con il console Zanello de Zanelli e a Salò (BS,) dove in una denuncia scritta dello stato di famiglia di un liutaio alla Repubblica Veneta si può leggere: "Some una de formento, quarte trei fava, vino bono zerle sette, olio pesi doi. Item ho un credito col Signor Conte Ernestor Martinengo da Zanello de L. 52 per causa de tanti instrumenti da sonar".

Battistella: L'origine del cognome è legato, direttamente o tramite ipocoristici più o meno dialettali, al vocabolo tardo latino baptista (colui che battezza) che potrebbe essere stato usato come soprannome, ma in molti casi si rifà al culto di San Giovanni Battista; non è trascurabile, ma sicuramente secondaria, una derivazione legata all'uso di chiamare il cameriere con questo nome.

Secchi: Sembrerebbe avere più ceppi, in Lombardia ed Emilia, nel genovese ed in Sardegna. integrazioni fornite da Giacomo Ganza - Villa di Tirano (SO). Potrebbe derivare dall'aggettivo sec ( vedi dizionario bergamasco) di Antonio Tiraboschi, questa parola riferita a una persona ne sottolinea la magrezza. A Villa (BG) Sec lo si trova come soprannome di due famiglie. Integrazioni fornite da Alberto Sechi.Il ramo sardo può essere originato dalla Liguria. Secchi a Genova nel 1199 sono tra i firmatari del giuramento di fedeltà dei Marchesi Malaspina, poi feudatari in Sardegna, dove il cognome è attestato già nei Condaghi (registri degli atti dei conventi, sec. XI-XII) con le diverse grafie Seke, Secke, Sechie, Sekke, poi più tardi Seche, Sechi, Secchi e Sequi (con grafia spagnola). Attualmente diffuse entrambe le varianti.

Strinasacchi: Ormai quasi scomparso, è specifico del mantovano. Dovrebbe derivare da un soprannome, originato dal termine arcaico strinare (bruciacchiare), anche forse dovuto all'operazione di strinare la peluria superficiale caratteristica dei sacchi confezionati con filati rustici e grezzi. Personaggi di rilievo del 1700 sono state Regina e Teresa Strinasacchi di Ostiglia nel mantovano. Violinista la prima, cui Wolfgang Amadeus Mozart dedicò una Sonata in si bemolle maggiore per violino e pianoforte, e cantante la seconda. Entrambe di fama europea.

Prandini: E’ diffuso nel modenese, mantovano, veronese e bresciano con un ceppo probabilmente secondario nel milanese e lodigiano. Deriva dal nome medioevale Prandinus, di cui abbiamo un esempio in una pergamena milanese del 1196, dove si legge: "Signum + Prandini Pristinarii, Petrini Mulinarii de Pontecredario, testium. Iohannes Brozius notarius sacri palatii hanc cartam tradidi et scripsi". Tracce di queste cognomizzazioni le troviamo a Tarmassia (VR) nel 1500, nella registrazione di una visita pastorale alla locale chiesa di San Giorgio, dove leggiamo: "Die 10 octobris 1530 Invisit idem reverendissimus dominus ecclesiam, veterem nuncupatam, Sancti Georgii de Talmasia, ... ...praesentibus ad haec domino Hieronymo Guerino, domino Hieronymo Prandino et domino Iacobo eius filio ac aliis quampluribus testibus in dicta ecclesia ante altare maius".

Begotti: Sembra nascere da un ipocoristico del nome medievale Bego (con una variante in Beco), che, nell'onomastica arcaica, dovrebbe consistere in un'abbreviazione popolare del nome Domenico.

Mantovan: Ha un ceppo lombardo tra milanese, pavese e varesotto ed uno veneto tra rovigoto, padovano e veneziano. Dovrebbe derivare dall'etnico del toponimo Mantova o dalla sua versione dialettale.

Sperandio: E’ tipico veneto, con un possibile ceppo nel pesarese. Deriva da nomi augurali cristiani, in uso nei tempi antichi.

Sturaro: Potrebbe essere la variante veneta del cognome STORARI che ha alla base soprannomi e nomi di mestiere derivati da ‘stora’ e ‘storaro’ = “stuoia” e “stoiaio”, l’artigiano esperto nell’intrecciare stuoie, tessuti di giunchi, canne, paglia, sparto per tappeti, tendaggi, graticci.

Berlini: Potrebbe derivare o dalla Berlino tedesca - la capitale della Germania - o da un'apocope del nome medievale Berlinghieri/Berlingieri, d'antica origine germanica. Non escluderei che Berlini possa anche nascere da una variante di Bellini, che, a sua volta, trae origine dall'omonimo nome di persona.

Fiori: In tutto il centro nord e la Sardegna. Deriva o dal cognomen latino Florens, dal nomen Florius, dal medioevale Fiore o anche dai molti toponimi o nomi di contrada contenenti la radice fiore come San Giovanni in Fiore, Santa Maria del Fiore o simili. Dell'uso di questo nome abbiamo un esempio a Cividale nel 1409: "Florius foroiuliensis de liberis de ciuidato austrie aquilegensis diocesis, quondam domini benedicti progenitus". Così tradotto in volgare: “De mille quatrocento e noue a di . X . de lo mese de febraro fo principiada de mi Fior furlano de i liberi de Ciuidal".

Iori: Dovrebbero avere più zone d'origine. Una è il trentino, l’altra è l'area che comprende il mantovano, il reggiano e il modenese ed una il frosinate con la provincia di Roma. Dovrebbe discendere dal nome medioevale Iorio (Giorgio). Può anche derivare da aferesi del cognomen latino Nobilior o Contumelior. In qualche caso non è da escludere un'origine dal toponimo Maiori (SA) con aferesi dell'indicatore di provenienza. Più difficile, ma da non escludersi, una derivazione, soprattutto al nord, dal nome Basco Ioritz.

Em português:

Guaita: Deveria ser de origens mantovanas. Ainda existem traços de uma importante famìlia Guaita na regiao da cidade de Como, pròximo a Menaggio. Nao é de excluir uma origem espanhola, visto que em espanhol Guaita (guardia) poderia apontar a caracterìsticas ligadas a funçao de guardiao. Mas também na lìngua dos lombardos (longobardi) o vocàbulo Guaita significava guarda e sentinela. Portanto, é para se ter mais em conta, pela zona de origem, uma descendencia longobarda. Este sobrenome lombardo deriva do nome pessoal “Guaitus”, da voz guaita ‘guarda da cidade’. A origem é germanica e vem do vocàbulo Weite. O W alemao quase sempre se transforma, em italiano, no nexo GU. Basta pensar na palavra GUerra em italiano que no alemao é Werra e no verbo olhar do alemao Wardon. Portanto Guaita também descende de um Wit, antigo alto alemao que significava “amplo, longe”. No alemao moderno significa: distancia. E o significado é consequente: quem faz a guarda precisa olhar longe.

Fritegotto: Obsolutamente rarìssimo. Parece ser de origem veneta. Poderia ter nascido do diminutivo dialetal do nome pròprio Federico, de antiga origem alema. A forma Fritegotto, de fato, poderia refletir uma variante de Fedrigotto (o italiano Federicotto), tendo em conta que Fedrigotti é um sobrenome mais difuso que Fritegotto, sobretudo no Trentino Alto Adige. Em conclusao, seria a transformaçao do nome do patriarca em sobrenome.
Raro sobrenome lombardo e veneto de origem germanica. Poderia se pensar no nome alemao Fridegoz, atestado em Förstemann 533, composto por frithu = paz + Gaut/Gautz que era o elemento lexical de Odino e a denominaçao da tribo dos Gòticos. Quanto a passagem d>t, isso acontece devido a segunda rotaçao consonantal. (Zweite deutsche Lautverschiebung).

Manfrin: E’ veneto. Derivaria do nome medieval Manfrinus do qual é encontrado um exemplo em uma ata de 1484 em Milao: “Georginus filius quondam Symonini sindicus per instrumentum, qui ellegit pro suo communi dominum Gabardum pro Biandrono Antonium Luchinum consul sindicus ut dixit per instrumentum, qui pro ipso communi ellegit dominum Gabardum pro Bregano Manfrinus filius quondam Togni”. Em casos raros derivaria de modificaçoes dialetais do nome medieval de origem alema Manfredi.

Faedda: Tipicamente sardo. Derivaria de uma caracterìstica originada do vocàbulo sardo faeddu (palavra). Alguém que falava demais ou que era muito bom com as palavras.

Marastoni: Està registrado por Olivieri entre os sobrenomes da Venezia Euganea, como derivante da cidade de ‘Lamarstón’ trevigiano, que é o alemao ‘Hammerstein’.

Segantini: Existe um tronco em Legnago, Bosco Sant’Anna no veronese e um no aretino em Castiglion Fiorentino, Arezzo e Cortona com um tronco também em Roma e Aprilla, no latinense. Provavelmente fruto da imigraçao forçada de mao de obra veneta por maiores bonificaçoes para trabalhos com a utilizaçao da madeira. Derivaria do trabalho de Segantinus (operàrio especializado no traballho de cortar a lenha. Seja para fogo e marcenarias), provalmente desenvolvido no lugar que se deu o orgiem da famìlia. Mas o termo também gerou, em época medieval, o nome Segantinus o qual é encontado em uma ata de 1358 em Firenze: "Nomina vero dictorum consiliariorum sunt hec: «Segantinus, Hubertus condam Adatti, et Biliottus condam Acerbi, et Canbius condam Amannati, et Guntinus condam Gualandi, et Bonafede condam Spinelli, et Salvuccius filius Benincase, et Finuccius filius Rosticci, et Bandinuccius filius Abizi".

Montagnoli: Deriva do apelido ou do nome medieval Montagnolo, que, literalmente, significa mesmo ‘montanaro, proveniente da montanha’. Porém, em alternativa, nao se pode excluir uma derivaçao de localidade italiana e, de modo particular, de um de tantos lugares que tem a raìz ‘montagna’. Por exemplo Montagnola, fraçao de Novate Mezzola, na provìncia de Sondrio.

Pavesi: E’ tìpico da Lombardia sul ocidental. Derivaria da cidade de Pavia.

Rosina: Deriva de um diminutivo do nome medieval Rosa, que, literalmente, faz alusao ao homonimo flor (em referimento a sua simbologia). Mais improvàvel uma derivaçao da localidade italiana e, de modo particular, de um de tantos lugares que tem a raìz ‘rosa’. Existe também uma fraçao de Chitignano do nome Rosina, na provìncia de Arezzo.

Zanelli: E’ comum na Lombardia e Emilia-Romagna. Deriva de Zane ou Zanne, uma variaçao na diminuiçao dos sons do nome Gianni. Traço deste sobrenome é encontrado no final de 1500 em Cornale (BG) com o Consul Zanello de Zanelli e em Salò (BS), onde em uma denùncia escrita do estado de famìlia de um cordoeiro a Repùblica Veneta se pode ler: “Some una de formento, quarte trei fava, vino bono zerle sette, olio pesi doi. Item ho un credito col Signor Conte Ernestor Martinengo da Zanello de L. 52 per causa de tanti instrumenti da sonar".

Battistella: A origem do sobrenome é ligada, diretamente ou por meio de diversas formas mais ou menos dialetais, ao vocàbulo do latin baptista (aquele que batiza), que poderia ser usado como indicaçao de uma caracterìstica. Mas em muitos casos se refere ao culto de Sao Joao Battista. Nao è confirmada, mas seguramente secundària, uma derivaçao ligada ao uso de chamar o garçon com esse nome.

Secchi: Parece existir mais troncos. Na Lombardia, Emilia, no genovese e na Sardegna. Derivaria, de acordo com o dicionàrio bergamasco de Antonio Tirabaschi, do adjetivo sec, que indicaria a magreza de uma pessoa. O ramo sardo pode ter sido originado da Liguria. Secchi em Genova nel 1199 estao entre os que assinaram o juramento de fidelidade dos Marchesi Malaspina, depois donos de feudos na Sardegna, onde o sobrenome vem confirmado nos Condaghi (registros dos atos dos conventos. Sec. XI-XII) coma s diversas grafias: Seke, Secke, Sechie e Sekke. Mais tarde: Seche, Sechi, Secchi e Sequi (com grafia espanhola). Atualmente estoa difundidas todas as variantes.

Strinasacchi: A este ponto quase desapareceu. E’ especìfico do mantovano. Derivaria de um trabalho originado do termo arcaico strinare (queimar). Talvéz também devido a funçao de extrair a pele superficial, usadas nos sacos fabricados com fios rusticos e artesanais. Personagens de destaque de 1700 foram: Regina e Teresa Strinasacchi de Ostiglia no mantovano. A primeira, violinista, a quem Wolfgang Amadeus Mozart dedicou uma Sonata em si bemol maior para violino e piano. A segunda foi cantora. Ambas de fama europèia.

Prandini: E’ difundido no modenese, mantovano, veronese e bresciano com um tronco provavelmente secundàrio no nilanese e lodigiano. Deriva do nome medieval Prandinus o qual existe um exemplo de um pergaminho de Milao datado de 1196, onde se le: “Signum + Prandini Pristinarii, Petrini Mulinarii de Pontecredario, testium. Iohannes Brozius notarius sacri palatii hanc cartam tradidi et scripsi". Traços desta 'sobrenomezaçao' também é encontrada em Tarmassia (VR) em 1500, no registro de uma visita pastoral ao local Igreja de San Giorgio: “Die 10 octobris 1530 Invisit idem reverendissimus dominus ecclesiam, veterem nuncupatam, Sancti Georgii de Talmasia, ... ...praesentibus ad haec domino Hieronymo Guerino, domino Hieronymo Prandino et domino Iacobo eius filio ac aliis quampluribus testibus in dicta ecclesia ante altare maius".

Begotti: Parece nascer de uma dimuniçao do nome medieval Bego (com uma variante Beco) que, nas origens, consistiria na abreviaçao popular do nome Domenico.

Mantovan: Existe um tronco lombardo entre o milanese, pavese e varesotto. E um veneto entre o rovigotto, padovano e veneziano. Derivaria do pròprio nome de Mantova o de suas versoes dialetais.

Sperandio: E’ tìpico veneto, com um possìvel tronco no pesarese. Deriva de nomes cristaos profetizados, em uso em tempos antigos.

Sturaro: Poderia ser a varianete veneta do sobrenome STORARI, que tem na base apelidos e nomes de profissao vindos de ‘stora’ e ‘storaro’ = stuoia” e “stoiaio”, o artesao especialista no entrançar esteira, juncos, palha, tapetes.

Berlini: Poderia derivar ou da Berlin – capital da Alemanha – ou da diminuiçao dos sons dos nomes medievais Berlinghieri/Berlingieri, de antiga origem germanica. Nao se pode excluir que Berlini possa ter nascido de uma variante de Bellini, que, por sua vez, traz na origem o nome de pessoa.

Fiori: Em todo o norte e na Sardegna. Deriva do sobrenome latino Florens, do nome Florius, do medievali Fiore ou também de muitos nomes de lugares ou de pequenas regioes contendo a raìz Fiore, como: San Giovanni in Fiore, Santa Maria del Fiore ou semelhantes. Do uso deste nome temos um exemplo a Cividela em 1409: “Florius foroiuliensis de liberis de ciuidato austrie aquilegensis diocesis, quondam domini benedicti progenitus". Così tradotto in volgare: “De mille quatrocento e noue a di . X . de lo mese de febraro fo principiada de mi Fior furlano de i liberi de Ciuidal".

Iori: Poderia existir mais de uma zona de origem. Uma é o trentino. As outras sao o mantovano, reggiano, modenese e o frosinate com a provìncia de Roma. Descenderia do nome medieval Iorio (Giorgio) ou do inserimento do sobrenome latin Nobilior ou Contumelior. Em alguns casos nao é excluìdo uma origem da cidade Maiori (SA). Mais difìcil, mas nem por isso nao se pode negar, uma derivaçao, sobretudo no norte, do nome basco Ioritz.

E' questo.
Abbracci a tutti.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Brasil(e) em Trieste

Ciao, a tutti! Come state?

Nao tenho novidades. Ainda estou esperando as benditas ‘Non Renuncia’ enviadas pelos Consulados de Curitiba e Sao Paulo.

Ontem, andando por Trieste, ouvi o Brasil. Sim, escutei uma mùsica brasileira, que pode ser considerada, a meu ver, como um Hino Nacional.

Saì do onibus perto da Estaçao e fui até a passagem subterranea para pedestres. Nos corredores, quase sempre, hà mendigos. Ontem, nao. Havia, sim, dois musicos. Um com Sax e outro com Violino.

Enquanto descia os degraus, eles estavam terminando de executar a mùsica do filme 'Cinema Paradiso' do Maestro Ennio Morricone. Por coincidencia ou qualquer outra força que voce acredite, quando os vi de frente começaram a tocar 'Aquerela do Brasil' de Ary Barroso.

Ah, que alegria! Os meus passos, acelerados, foram perdendo velocidade a cada nota musical. Parei, lògico, e acompanhei até fim. Quando finalizaram, disse em portugues mesmo: “Muito obrigado por trazerem um pouquinho do Brasil até aqui”. Eles sorriram surpresos, pois viram que eu era brasileiro.

Agradeci de novo, dessa vez em italiano, e fui embora contente por ter apreciado uma bela composiçao brasileira aqui em Trieste.

Aquarela do Brasil
Ary Barroso

Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Prá mim! Pra mim, pra mim
Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Prá mim! Pra mim, pra mim
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a sá dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Pra mim, pra mim, Brasil!
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil!, Pra mim, pra mim, pra mim
O esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil!, Pra mim, pra mim, pra mim
Ah! e estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Pra mim, pra mim! Brasil!
Brasil! Pra mim, Brasil!, Brasil!

Abbraccio a tutti.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Em terras italianas

Salve, salve!

“Eccomi” com novidades e històrias para contar. Porém, antes de começar a escrever para valer, peço desculpas com relaçao a falta de alguns acentos. Os teclados da “vecchia bota” nao possuem o ‘tio’ e nem o circunflexo, o famoso chapeuzinho do vovo.

Bom, vamos là – Ah! E esqueçam o acento agudo no à, ì, ò e ù. Sò mesmo no é.

Como fiquei sem dizer para que cidade viria, é hora de falar. Estou morando em uma provìncia de Trieste, na regiao autonoma de Friuli-Venezia Giulia, nordeste italiano. Uma palavra para resumir o lugar: tranquilidade – nada de ‘trema’ também.

Aqui nao se escuta motores e businas de carros e motos, nao hà prédios e gente apressada. A trilha sonora fica por conta dos pàssaros – das espécies mais variadas –, que cantam de maneira harmonioza, regidos pela natureza e o pano de fundo para essa sinfonia e o verde das matas. As construçoes e as ruas do local nos levam a um passado, nao tao distante, onde era possìvel passear a qualquer hora, sem se preocupar em ser abordado por alguém mal intencionado, e as trancas nas portas servem mais para embelezà-las.

E’ um lugar de pessoas simples e de bem, que possuem um pedacinho de terra (na maioria das vezes perto das residencias) e cuidam dele com muito carinho. Agora mesmo, durante a produçao deste texto, escuto o barulho do ùnico motor que funciona na localidade: de um trator.

Sinceramente, acho que até o relògio, aqui, tem vontade de parar um pouquinho e apreciar as belezas naturais. Podem até dizer: “nossa, deve ser um tédio!”. E’ de um “tédio” desses que as pessoas necessitam para dar valor nas coisas simples da vida.

Na localidade onde estou em, mais ou menos, uma hora e meia de caminhada, voce ouvirà: “Doberdan”, que significa ‘Bom dia’ em Esloveno. Aliàs, as placas de sinalizaçao, propaganda, institucionais sempre estao em Esloveno e Italiano e a maioria dos moradores fala os dois idiomas. Eu, por enquanto, sò fico no “Doberdan”.

Apòs esse panorama, bem resumido, vou contar como foi minha viagem do Brasil até a Itàlia, como dei entrada no processo de reconhecimento da minha cidadania italiana no Comune e alguns outros fatos.

DEIXANDO A BELA E SANTA CATARINA...

Saì de Florianòpolis dia 13 de abril, domingo, pela manha, com destino ao aeroporto de Congonhas, Sao Paulo. Nunca tinha andado de aviao em minha vida e a primeira experiencia foi muito boa, apesar de, para mim, como sempre, utilizando outros meios de transporte, o espaço entre as poltronas ser pequeno. Do jeito que eu sentei, fiquei e orei para que o passageiro à minha frente nao abaixasse o encosto.

Foto tirada pela minha tia, Maria Aparecida, quando o aviao levantou voo em Floripa com destino a Sao Paulo:





Desci em Congonhas por volta das 11h20, peguei minhas malas e o onibus que faz o trajeto até Guarulhos. Feito o percurso, cheguei ao aeroporto internacional às 12h45. Coloquei minha bagagem em um carrinho e comecei a andar a procura do guiche da Swiss – empresa que me levaria a Zurique, Suìça, e, depois, até Milao.

O meu voo estava marcado para às 18h45 e pelo que notei os suìços operam poucos, pois o balcao para confirmar o embarque ou, como gostam de dizer, fazer o “check-in” ainda nao estava aberto. O que eu fiz? Iniciei a conjugaçao do verbo que mais mentalizei antes de vir para a Itàlia: o esperar. Procurei um lugar para me acomodar e esperei, até que là para às 15h30 confirmei meus dados, despachei minhas malas e peguei minhas passagens.

Fiquei mais tranquilo, porém faltavam mais de tres horas. O que eu fiz? Isso mesmo. Esperei. Mas dessa vez com uma distraçao: assisti ao primeiro jogo da semifinal do Campeonato Paulista, entre Sao Paulo x Palmeiras, e em pé! Mas eu nao estava sozinho. Em poucos minutos se reuniram os sao-paulinos de um lado e, do outro, onde eu estava, os palestrinos. Uma “arquibancada” no aeroporto, sem brigas e com muitas risadas.

Para resumir esse ponto, pois jà sei que meu glorioso Palestra Itàlia foi campeao, quando o Palmeiras fez o gol de penalti eu estava na fila do passaporte da Policia Federal. Vibrei junto com outros palmeireneses que estavam ali, mas fiquei chateado porque nao poderia acompanhar o segundo jogo pela TV jà que estaria na Itàlia. Paciencia… Aqui “faccio il tifo per la Roma”.

ARRIVEDERCI, BRASIL...

Voltando ao assunto viagem – agora de Sao Paulo a Zurique – tomei um susto quando vi o aviao no qual eu viajaria. Gigante. Pensei comigo: “acho que nesse, mesmo na classe economica, nao terei problemas e haverà espaço para as minhas pernas”. Ledo engano.

O jeito foi “filosofar”: ‘antes as pernas doendo do que o bolso apertando’, jà que o preço de uma passagem de primeira classe, onde hà espaço para uma piscina olìmpica, està totalmente fora de minha realidade. Entrei no aviao, torcendo por uma presença feminina no assento ao lado. Adivinha? Nada. Havia um alemao, barbudo. O voo seria, ainda, mais longo.

18h40. O aviao começou a fazer manobras para decolar e o comandante a falar. Dois minutinhos e ele anuncia que tem autorizaçao. Dito isso, sò senti o baque e a força das turbinas “empurrando” meu corpo contra a poltrona. Subida perfeita, com friozinho na barriga e tudo.

Altura de 10.800 metros a uma velocidade média de 950 Km/h, o aviao margeou todo o litoral brasileiro até chegar à ponta do nordeste e seguir sobre o Oceano Atlantico. Como eu sei esses dados e rota? Estava tudo a minha frente, em um computador, onde eu podia acompanhar as informaçoes de voo, escutar mùsica ou ainda ver um filme. Na classe economica! Para um “pé veRRRmeio”, como eu, que saiu do noRRRte do Paranà, coisa de outro mundo.

Revirei aquele computador, mas nao encontrei musicas e filmes do meu agrado. Nao sou enjoado. Apenas gosto de entender o que estou ouvindo ou vendo, e filmes e cançoes em alemao nao ajudariam. Fiquei mesmo acompanhando, durante toda a viagem, o mapa, a altura, velocidade, temperatura etc.

CADE O BOTAO?

Là pelas 21h inìcio a “briga” com a minha poltrona. Por que? Olhei para o lado e vi vàrias pessoas com o assento inclinado para tràs. Das minhas experiencias de muitas viagens de “busao” pelo sudeste e sul do Brasil, começo a passar as maos nos braços da poltrona a procura de um botao ou algo parecido. Passa a mao ali, là, do outro lado e nada.

Comecei a ficar inquieto, pois nao conseguia inclinar meu assento para descansar. Fuça de cà, de là e nada novamente. Eu nao ia chamar a comissària de bordo por causa de um botao que estava ali e eu nao encontrava. Mais alguns minutos de tentativas e desisto. Vem a primeira refeiçao da noite. Eu peguei uma àgua e um sanduìche. Jà o alemao, ao meu lado, mandou ver uma bela “pasta” e vinho. E o pior: ele também estava com a poltrona inclinada para tràs!

“Vou ter de perguntar a ele como inclinar o assento”, pensei comigo. Em alemao, sem condiçoes, porque nao sei uma palavra. Ingles? Talvez, mas preferi arriscar com meu italiano. Mandei: “Capisci l’italiano”? Ele me olhou, pensou um pouquinho, e pegou a garrafinha de vinho que estava tomando e apontou com o dedo indicador, dizendo: “Ya”.

E’, percebi que teria de apelar para o idioma universal dos gestos. E là se foi o Guaita, com uma das maos, mostrando a posiçao da minha poltrona e com a outra, apontando o assento dele – que estava inclinado. Ele fez uma cara de quem nao estava entendendo absolutamente nada. Comecei a fazer gestos de uma poltrona que abaixava e ele, graças a Deus, entendeu, mostrando onde estava o “maledetto” botao. No braço direito da poltrona, na parte interna. Nao havia olhado naquele local, sinceramente. Ficou a parte engraçada do fato.

EM ZURIQUE...

E quem disse que eu, mesmo com o assento inclinado, consegui dormir? Nada de pegar no sono. Apanhei as circulares do Governo Italiano sobre o processo da cidadania e comecei a le-las para passar o tempo. Quando me dei conta, o aviao jà estava quase sobre a Espanha. Olhei pela janela e, infelizmente, havia muitas nùvens. Foi assim até Zurique – tanto que o pouso foi feito por meio de equipamentos.

Bom, às 11h22, jà horàrio local, desci do aviao e saì a procura do metro do aeroporto que me levaria para um outro setor – o de voos domésticos – para, enfim, pisar em solo italiano. Pensei que iria ter problemas para encontrar. Eu nao conheço outros aeroportos pelo mundo, mas fiquei impressionado com a facilidade de se movimentar dentro do de Zurique e com a excelente sinalizaçao. Encontro o caminho rapidinho e entro no metro, sò com a mochila e documentos – minha bagagem despacharam diretamente para Malpensa.

Meu voo para Milao estava marcado para às 12h35. Cheguei ao setor com tempo de sobra. Passei pelo dector e entrei na àrea de espera. Tudo isso às 11h43. Alì, sim, comecei a me sentir na Itàlia pela primeira vez durante a viagem. Por que? O idioma predominante na sala era o italiano.

Passadoss alguns minutos, um policial da imigraçao italiana montou, em frente ao guiche de embarque da Swiss, um balcaozinho, onde ele conferiu o passaporte e carimbou a passagem. Esse procedimento foi apenas um controle. Naquele momento, comecei a rir sozinho, lembrando de uma animaçao que vi certa vez na internet sobre a diferença entre os italianos e o resto dos europeus. Dentre as vàrias, o autor ilustrou como era uma fila formada pelo resto da europa e depois por italianos. Na primeira, todos ficavam organizados, um atràs do outro. Jà quando os italianos “faziam” a fila, era um atràs, um do lado direito, do esquerdo. “Un vero e proprio casino”.

Foi isso que aconteceu quando o policial começou a olhar os passaportes e as passagens. Mas sabe de uma coisa: apesar disso, ninguém pegou a vez do “vizinho”.

ENFIM, ITALIA...

Pois bem. Por causa do tempo ruim o voo atrasou uns 20 minutos e sò decolamos por volta das 12h55. Uma aeronave mais modesta, mas ainda assim confortàvel - o espaço entre os assentos, nem preciso dizer, né? De Zurique a Milao foi ràpido. ‘As 13h32, oficialmente, pisei em solo italiano, debaixo de chuva e frio, realizando um pedacinho do meu sonho que começou là no ano de 2000. Dizer que os meus olhos nao se encheram de làgrimas seria uma mentira.

Subi por um corredor, dobrei a direita e dei de frente com a tao “temida” imigraçao. Entrei na fila – organizada pelo ‘resto da europa’ – e ali fiquei pensando o que dizer: turismo ou cidadania? Em dois minutos decidi.

Chega a minha vez. Entrego o passaporte e o policial me pergunta: “dove va”? Respondo sem titubear: “sono venuto qua per fare il processo di riconoscimento della mia cittadinanza italiana”. Quando eu respondi dessa maneira, vi que o policial acenou positivamente com a cabeça e jà iria carimbar meu passaporte, mas emendei: “ho qui, con me, la carta di ospitalità della persona che mi riceverà. Se vuole”. Ele diz: “per favore”. Entrego a carta, ele digita algo no computador, carimba meu passaporte e o devolve junto com a carta, me desejando “buona fortuna”. Agradeço e pergunto sobre a nao mais necessidade de fazer a declaraçao de presença, o que o policial me confirma, dizendo que sò o carimbo jà vale por 90 dias. Agradeço mais uma vez e vou até a esteira apanhar minhas malas.

Com tudo em maos, segui até o ònibus que iria a estaçao de trem de Milao. 14h30, o onibus pega a estrada. Era segunda-feira, dia 14 de abril, ùltimo dia de eleiçoes aqui na Itàlia, e o ràdio do motorista, ligado, dava as ùltimas informaçoes e projeçoes do possìvel vencedor. Quando o locutor disse: Silvio Berlusconi, um italiano, sentado duas poltronas a minha frente, soltou aquele velho e conhecido palavrao em italiano: “vaffan….”. E eu pensei comigo: “vai começar o terrorismo de algumas pessoas que prestam serviço para reconhecer a cidadania, dizendo que o Berlusconi vai restringir até a geraçao X ou Y”.

Bem, isso é um outro assunto.

Cheguei a estaçao por volta das 15h40, ainda debaixo de chuva e frio. Fui a loja comprar a passagem com destino a Trieste. Jà havia visto o trem e o horàrio pela internet, quando estava no Brasil, o que agilizou um pouco. O nùmero do trem era 155 e a hora de partida 16h55. Entrei na estaçao de Milao, subi com minhas duas malas e mochila pela escada rolante, validei o bilhete e quando levantei meu olhar para ver o local por completo, meu queixo quase caiu. Que estaçao! Lindìssima! Juro que minha vontade era tirar algumas fotos do lugar, mas eu estava, sem exagero, acabado, querendo entrar no trem e chegar o mais ràpido possìvel a Trieste.

Sò fiz estas fotos, dentro do onibus, quando saì do aeroporto de Malpensa:





FALTA POUCO...

Depois de esperar meia hora e ver o binàrio (local de embarque) mudar tres vezes, chega o trem 155. Subi com minha bagagem, atrapalhando um pouco as outras pessoas – pedi desculpa por isso, lògico. Encostei minha mala maior em um canto, perto da porta. A menor e minha mochila coloquei no assento ao meu lado.

Sentei-me e relaxei, pois a previsao para a chegada era às 21h30. Comecei a conversar com um italiano, perguntando se ele conhecia Trieste. Logo eu disse que era brasileiro e estava na Itàlia para reconhecer minha cidadania italiana. Papo vai, papo vem, um romeno interveio, dizendo que conhecia o Brasil. Trabalhou por alguns anos em navios e fez algumas viagens até o litoral tupiniquim.

O romeno se chamava Gabrielle e desceu logo, em Vicenza. Jà o italiano, Maurizio, desembarcou, assim como eu, em Trieste. O trem atrasou um pouquinho, parando na estaçao triestina às 21h45. A essa hora nao havia mais onibus para onde eu iria, entao o jeito foi pegar um taxi. O faço e chego às 22h27.

CHEGUEI!

As pessoas que me receberam foram o senhor Alessandro, italiano, que morou 35 anos no Brasil, em Belém, e a esposa, brasileira, senhora Beatriz. E eu cheguei bem. Primeiro ato: uma bela testada no batente da porta da casa deles. Doeu. Segundo: banho gelado. O senhor Alessandro me explicou como usar o chuveiro, que eu tinha de abrir pouco para sair àgua quente, mas o espertao aqui abriu MUITO pouco e como eu jà estava sem dormir a mais de 30 horas, querendo um banho e cama, entrei de cabeça debaixo da fria mesmo. Deitei e apaguei.

Calculo que foram mais de 10 mil quilometros e 30 horas sem dormir de Floripa a Trieste, andando de taxi (duas vezez; em Florianòpolis e Trieste), onibus (duas; Sao Paulo e Milao), metro (uma; Zurique), trem (uma; Milao) e aviao (tres; Florianòpolis, Sao Paulo e Zurique). Foi cansativo? Sim, mas nao me arrependo e faria de novo.

MUITO PRAZER, TRIESTE...

Terça-feira, 15 de abril, 10h45. Meu “despertador” foi um pàssaro que pousou na janela do quarto e se pos a cantar. Levantei-me, tomei café e à tarde eu o senhor Alessandro fomos a Trieste. Daqui até là sao 30 minutos, utilizando o transporte pùblico (onibus) que funciona decentemente e, pensando bem, nao é caro – para quem recebe o salàrio em euros, òbvio.

Para exemplificar: comprei uma “tessera”, uma carteirinha, e paguei 26 euros. Com ela, eu posso andar A VONTADE durante todo o mes, utilizando os onibus da “Trasporti Trieste”. Falar a verdade: aqui eu usaria carro sò em caso de emergencia.

Terça-feira foi um dia mais para conhecer a cidade, que é encantadora, e aprender a localizaçao de algumas repartiçoes e pontos importantes. O processo começou mesmo na quarta, dia 16, pela manha.

‘CODICE FISCALE’: A NOVELA...

Acordei cedinho e às 9h fui ao “Ministero dell’Entrate” fazer meu “Codice Fiscale”. Esse é o primeiro passo, antes de ir a “Anagrafe” do Comune, registrar a residencia. Bom, preenchi o formulàrio, o entreguei a uma funcionària, junto com o meu passaporte. Nao demorou muito e ela voltou, dizendo que eu precisava da declaraçao de presença, feita na “Questura”. Respondi a ela, argumentando que nao era mais necessàrio e que o carimbo no passaporte substituia a declaraçao. Nao teve acordo. Fui até a “Questura”. Là, esperei mais de duas horas para ser atendido, e quando fui nao adiantou muita coisa.

11h e pouco cheguei no guiche e expliquei a policial o porque da minha presença ali. Ela, a principio, tambem afirmou que eu teria de fazer a declaraçao mas, logo em seguida, consultando um colega de trabalho, disse que eu deveria me dirigir ao Comune, onde fixaria residencia, fazer o registro na “Anagrafe” e, aì sim, com esse registro, ir ao “Ministero dell’Entrate” fazer o “Codice Fiscale”.

Imagine a minha cara. Pow, eu sabia que o carimbo jà bastava, estava com todas as circulares do Governo a respeito do tema comigo, mas para evitar desgastes com autoridades fiquei na minha e decidi fazer o que a policial disse. Voltei para casa, liguei para a oficial de Estado Civil do Comune (com quem eu jà tinha trocado alguns e-mails antes de vir para cà) e perguntei se ela estaria na prefeitura à tarde. Disse que sim.

15h15. Là estava eu no Comune, explicando todo o caso, onde jà tinha ido, o que haviam me falado etc, etc e etc. Adivinha o que ela me disse? “Sì, veramente, hai bisogno della dichiarazione di presenza”. Olhei para a cara do senhor Alessandro, que me acompanhou em todos esses lugares citados acima, e nao sabia se ria ou se chorava. Dessa vez (a ùnica) nao aguentei e mostrei a circular que afirma que nao é mais necessàaria a declaraçao de presença para quem vem de paises que nao aplicam o acordo de Schengen. Ela leu, mas sabe como é lei, né? Interpretaçao.

Cito o trecho da circular do “Ministero dell’Interno”:

IL DECRETO IN QUESTIONE PREVEDE CHE LO STRANIERO, PROVENIENTE DA PAESI CHE NON APLICANO L’ACCORDO DI SCHENGEN, ASSOLVA L’OBBLIGO DI RENDERE LA DICHIARAZIONE DI PRESENZA.

Traduzindo: O DECRETO EM QUESTAO PREVE QUE O ESTRANGEIRO, PROVENIENTE DE PAISES QUE NAO APLICAM O ACORDO DE SCHENGEN (eu vim do Brasil e passei pela Suìça, que ainda nao faz parte do espaço Schengen), ABSOLVE A OBRIGATOREIDADE DE APRESENTAR O ANUNCIO.

O problema, na verdade, é o verbo “assolvere” que, de acordo com o dicionàrio Michaelis, quer dizer: absolver, perdoar e, ao mesmo tempo, executar, cumprir (dever), honrar (obrigaçao). Quer um termo mais dùbio?

Pois bem. Como nao queria criar confusao com a pessoa que cuidaria do meu reconhecimento da cidadania italiana, perguntei: “allora, cosa devo fare”? Preciso fazer um parentese desde jà, pois a oficial que està cuidando do processo tem sido super atenciosa.

Resposta: “devi andare alla Polizia di Frontiera, a Trieste, e fare la dichiarazione”. Agora era na “Polizia di Frontiera”. Jà eram quase 16h15 da quarta-feira, quando eu e o senhor Alessandro saìmos do Comune. Sinceramente, eu estava bem chateado com a situaçao, pois nao via um final. O senhor Alessandro queria que eu deixasse para o dia seguinte, mas nao quis esperar. Peguei o primeiro onibus para Trieste e saì a procura do prédio da “Polizia di Frontiera”.

Sabia mais ou menos onde era, mas nao me arrisquei e perguntei a algumas pessoas até, às 17h25, encontrà-lo. Cheguei, apertei o interfone, abriram a porta, subi alguns lances de escadas e, no segundo andar, um senhor me aguardava. Perguntou-me em que poderia ajudar e eu, detalhadamente, tim tim por tim tim, contei a ele o que acontecia. Ele me ouviu e disse que eu estava certo – que o carimbo no passaporte valia por 90 dias, nao necessitando fazer a declaraçao.

Sim, isso eu sabia desde o inìcio. Mas como voltar ao Comune com essa afirmaçao em maos e provar que nao estava errado? Nao hà como, né? O que eu fiz? Pedi a esse senhor, com a maior educaçao, para que ligasse ao Comune e falasse com a oficial. Ele o fez e os dois se entenderam rapidamente. Nada de declaraçao. Sò o carimbo.

Agradeci pelo imenso favor, saì do prédio da “Polizia di Frontiera” aliviado e conversando com uma policial que queria saber um pouco sobre o idioma portugues (ela estuda espanhol e està escrevendo um artigo sobre as semelhanças entre essa lìngua e o italiano). Troquei um “dedinho de prosa com ela”, que elogiou o meu italiano, e tomei meu rumo.
Foi uma quarta-feira e tanto. Fizeram-me pular de galho em galho, mas sou teimoso igual a eles. Afinal, tenho o mesmo sangue nas veias.

FIM DA NOVELA...

Na quinta-feira, pela manha, fui novamente ao Comune, com o senhor Alessandro, para ser inscrito na “Anagrafe”, no històrico familiar dele, e registrado como residente no Comune. Aqui, voce pode me perguntar: “e o ‘Codice Fiscale’? Sem ele nao da para fazer o serviço no Comune”. Calma, meu amigo(a). Leia, que voce entenderà.

Bem, a oficial de Estado Civil me pediu desculpa pelo ocorrido do dia anterior e comentou sobre o telefonema recebido da “Polizia di Frontiera”. Eu disse que estava tudo bem. Ela pegou minha pasta com todas as certidoes, olhou – tudo certo – e falou para eu ir até a sala ao lado, fazer a inscriçao anagràfica.

Naquele momento perguntei: “Ma ho bisogno del Codice Fiscale per farlo, no”? A resposta dela foi positiva. Dito isso, foi minha vez de pedir desculpe pelo erro.
Devia ter voltado ao primeiro lugar onde estive, o “Ministero dell’Entrate”. Nao ao Comune.

Mas quer saber a verdade? Fiz isso jà pensado. Da mesma maneira que o policial havia telefonado ao Comune, pedi a oficial de Estado Civil para que ligasse no “Ministero dell’Entrate”. (Nao utilizei esse expediente por hipocrisia. Apenas acho que um cidadao, fora de seus paìs, falando com uma autoridade, por mais que tenha razao, corre o risco de ser mal visto e ter o “filme queimado”. Deixa que eles (Ministero, Questura, Comune e Polizia di Frontiera) se entendam). Ela o fez, falou com a responsàvel e, mesmo assim, quando eu estava saindo da prefeitura, me deu um papel com o nome e telefone do policial que confirmou que o carimbo no passaporte substituia a declaraçao de presença.

Peguei esse papel, deixei minha pasta com os documentos com ela no Comune e eu, sempre na companhia do senhor Alessandro, fui até Trieste, no “Ministero dell’Entrate”, tentar resolver, finalmente, esse embroglio. Entrei, preenchi o formulàrio, peguei uma senha e esperei ser chamado. Nao demorou muito e fui atendido.

Entreguei o formulàrio e o meu passaporte. Adivinha qual foi a pergunta que a funcionària me fez? Sim, essa mesma. Cade a declaraçao de presença? Respirei fundo e là fui eu explicar tudo que jà tinha acontecido, que a oficial de Estado Civil do Comune havia ligado no “Ministero”, falado com a chefe dela, confirmando que o carimbo substituia a declaraçao. Voce acha que ela me escutou? Nao mesmo e ainda levantou a voz. Nem esperou eu responder e foi buscar uma declaraçao de presença – como se eu nunca tivesse visto – para me mostrar como fazer.

O que eu fiz? Esperei ela retornar e me mostrar a declaraçao de presença de um turco. Enquanto ela fazia isso, tirei do bolso da camisa aquele papel que a oficial do Comune me entregou e pedi, com todo o respeito e educaçao, para ela contatar aquele policial. Meio contrariada, ligou.

Bom, para terminar a novela do ‘Codice Fiscale’, depois que ela desligou o telefone, me disse: “sono contenta che abbiamo risolto questo problema. In bocca al lupo, Guaita”. Agradeci e voltei para casa. Nao retornei ao Comune, pois jà era tarde e a “Anagrafe” e o “Ufficio di Stato Civile” estavam fechados. Ficou tudo para o dia seguinte, sexta-feira, 18. Porém, nao imagina como eu estava feliz com o meu tao suado ‘Codice Fiscale’ em maos.

MISSAO CUMPRIDA...

Sexta-feira, dia 18 de abril de 2008, 10h15 da manha. Finalmente fui inscrito como residente no Comune e tenho protocolado o meu processo de reconhecimento da cidadania italiana. Para comemorar, eu e o senhor Alessandro tomanos um “buon vino”.

Friso o excelente atendimento que tive e estou tendo no Comune e, confesso, que estou surpreso pelo lado positivo.

Graças a Deus e a uma amiga, a quem serei eternamente grato, vim para um lugar muito bom. Sem me esquecer, lògico, das pessoas maravilhosas que estao me hospedando: senhor Alessandro e senhora Beatriz.

Agora estou no aguardo das “Mancata” dos Consulados de Curitiba e Sao Paulo para ter minha Certidao de Nascimento transcrita nos livros do Comune e ser reconhecido, oficialmente, como cidadao italiano.

UM MES DE ITALIA...

Depois de fazer o ‘Codice Fiscale’, entregar os atos de Nascimento, Casamento e Morte de meus antepassados, ser inscrito na “Anagrafe” e ter protocolado o pedido de reconhecimento da minha cidadania italiana no “Ufficio di Stato Civile” do Comune, fui conhecer alguns lugares da regiao, com foco maior a Capital, Trieste, que é lindìssima.

Para quem gosta de història e arquitetura, Trieste jà pertenceu a Austria, Veneza, para, depois da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), fazer parte da Itàlia. Por esse motivo, a cidade lembra e muito as austriacas.

Conheci também o Monte Sao Leonardo, Opicina, Muggia e, claro, jà que é pertinho de Trieste, Veneza.

E’ isso. Espero voltar a escrever em breve com novidades, sejam elas a respeito do meu processo ou alguma curiosidade.

Ah! Sabe como se diz “garota” no dialeto triestino? Nao?! “Mula”.
Nao! Eu nao estou te ofendendo, pelo amor de Deus!
“Garota”, em triestino, é “Mula”. “Garoto” é “Mulo”. Isso mesmo. “Mula e Mulo”.

Entao, com licença, que agora eu vou a Trieste ver “delle belle mule”.
Ciao e arrivederci.